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Comissão Europeia aponta “contratempo” na reforma do arrendamento

As recentes alterações que o Governo se preparar para introduzir na reforma do arrendamento são vistas como um contratempo pela Comissão Europeia no seu relatório de avaliação ao Programa de Ajustamento.

14 de Outubro de 2014 às 14:44
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O impacto da reforma do arrendamento urbano "ainda precisa de ser completamente avaliado", considera a Comissão Europeia (CE) no seu último relatório de avaliação ao Programa de Ajustamento, conhecido esta terça-feira.

 

A CE refere, nomeadamente, as alterações à lei que o Governo apresentou recentemente e que são apontadas como um "contratempo" na reforma.

 

O relatório sublinha, no entanto, alguns resultados positivos da reforma que é já possível aferir. Citando a Comissão de Monitorização da Reforma do Arrendamento, refere que há já "indicadores de que a reforma começa a revelar efeitos", como sejam, "uma subida gradual das rendas nos contratos antigos" bem como "uma redução nos níveis de rendas dos novos contratos e uma maior mobilidade dos inquilinos".

 

"No entanto", refere o texto, "o impacto da reforma é ainda limitado", "parcialmente devido ao curto tempo que passou ainda desde a sua implementação". Além disso, em Setembro o Conselho de Ministros aprovou alterações à nova lei, que incluíram um alargamento do universo de beneficiários do período transitório". Essas alterações, frisa a CE, "representam um contratempo na reforma do arrendamento em Portugal".

 

Recorde-se que a proposta de alterações, que está actualmente em discussão no Parlamento, alarga às microempresas, com até 10 empregados e dois milhões de euros de volume de negócios (ou de balanço) a possibilidade de beneficiarem do período excepcional de cinco anos, em que o contrato não transita para o NRAU e a renda fica limitada a 1/15 do valor patrimonial tributário do imóvel.

 

Passa também a haver regras mais apertadas para a realização de obras de fundo em casa arrendadas, bem como a obrigatoriedade de, em certos casos, o senhorio indemnizar o inquilino por benfeitorias realizadas ainda que tenham sido autorizadas.

 

As alterações mereceram fortes críticas por parte das associações representativas dos proprietários. 

 

Faltam dados estatísticos, diz a Comissão

 

A Comissão Europeia volta a afirmar, neste relatório, que não há dados estatísticos que permitam avaliar correctamente o impacto da reforma. Os dados disponíveis, fornecidos pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), são considerados "limitados" e não distinguem entre velhos e novos contratos. Além disso, falta uma explicação clara da metodologia utilizada", diz a Comissão. Desta forma, será "essencial explorar novos meios de conseguir informação mais consistente sobre o mercado do arrendamento", lê-se no relatório, onde se sugere o cruzamento de dados com a administração tributária. 

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