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China vai dar as boas-vindas a Yellen, mas "opõe-se fortemente" à coerção dos EUA
Pequim considera que Washington tem feito manobras no sentido de a excluir da cadeia de suprimentos de alta tecnologia, mas garante que eventual visita da secretária de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, será bem-vinda.
A China garante que uma visita da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, será bem-vinda, por ser importante para as duas maiores economias do mundo manterem as linhas de comunicação abertas, mas "opõe-se fortemente à coerção norte-americana".
O Ministério do Comércio prometeu, esta quinta-feira, dar as boas-vindas a Yellen depois de, na véspera, a mesma responsável ter afirmado que ainda esperava visitar a China, mas sem facultar mais detalhes. Uma declaração que surge depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter cancelado a viagem ao país, programada para este mês, na sequência do incidente diplomático com a China devido a um balão-espião detetado nos Estados Unidos.
Segundo o South China Morning Post, as declarações de Shu Jueting contrastam, porém, com as de um experiente diplomata chinês que sugeriu, esta semana, que uma visita de Blinken seria inútil, dada a postura provocatória de Washington face a Pequim em matérias fulcrais,
"Na minha opinião, a chamada visita é desadequada, porque os Estados Unidos têm levado a cabo recentemente muitas atividades anti-China, incluindo ao nível do planeamento militar, tecnologia, da questão de Taiwan e outros aspetos", disse o embaixador da China em França, Lu Shaye, numa entrevista transcrita pela representação diplomática.
Pequim considera que Washington tem feito manobras no sentido de a excluir da cadeia de suprimentos de alta tecnologia e espera-se que um acordo entre os Estados Unidos, Japão e os Países Baixos venha a restringir o acesso da China a equipamentos e tecnologias de fabrico de 'chips' de ponta.
E, esta quinta-feira, o Ministério do Comércio chinês acusou mesmo Washington de ameaçar a cadeia de abastecimento global ao abusar do controlo das exportações e das preocupações com a segurança nacional.
"A China opõe-se fortemente à coerção norte-americana que ameaça a estabilidade da cadeia industrial global", declarou Shu. "Esperamos que os países envolvidos [os Países Baixos e o Japão] respeitem as regras do comércio internacional e mantenham o comércio normal. A China está pronta para manter a estabilidade da cadeia de abastecimento com todas as partes e vai defender firmemente os legítimos interesses das empresas chinesas", disse a porta-voz, citada pelo South China Morning Post.