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CEO do Barclays e Kenneth Rogoff alertam para risco de “colapso” nos mercados com subida dos juros

Jes Staley, CEO do Barclays, e Kenneth Rogoff, antigo economista-chefe do FMI disseram em Davos que os mercados poderão não ter capacidade para lidar com a normalização dos juros.

O CEO do Barclays, Jes Staley, diz que o actual ambiente "faz lembrar 2006". Bloomberg
23 de Janeiro de 2018 às 11:37
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Em Davos, na Suíça, o sentimento geral é de optimismo no arranque do encontro anual do Fórum Económico Mundial. Os mercados accionistas globais estão em máximos – históricos ou de vários anos – e o Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de rever em alta as projecções para o crescimento da economia.

Um ambiente que, diz o CEO do Barclays Jes Staley, "faz lembrar 2006", quando todos pensavam que o mistério das crises financeiros estava resolvido.

Falando num fórum, esta terça-feira, Staley alertou contra o que considera um espírito de "complacência", frisando que a combinação de mercados accionistas em máximos históricos e volatilidade em mínimos não é "sustentável" no longo prazo, e que as empresas estão demasiado dependentes de juros baixos.

"Dadas as avaliações dos activos, e que temos um crescimento global de 4%, parece que estamos muito bem, em termos económicos, neste momento", afirmou o CEO do banco britânico, citado pela Bloomberg.

"Mas temos uma política monetária da era da depressão. Temos muito pouca capacidade nos mercados de capitais para lidar com uma mudança das taxas de juro", acrescentou.

O alerta foi reforçado pelo professor da Universidade de Harvard Kenneth Rogoff, que considera que a subida dos juros poderá penalizar os países com baixo crescimento e uma dívida elevada, como é o caso do Japão e de Itália.

"Se os juros subirem, mesmo que modestamente, para meio caminho do seu nível normal, veremos um colapso dos mercados accionistas", avisou o antigo economista-chefe do FMI.  

Também Anne Richards, CEO da M&G Investments, apontou razões para preocupação: "Se as taxas de juro subirem de forma significativa nos próximos 12 meses, há uma série de pessoas que fizeram empréstimos que não vão conseguir pagá-los", afirmou. "Os mercados não estão a incorporar isso". 

 

O alerta chega um dia depois de o organismo liderado por Christine Lagarde ter aumentado em 0,2 pontos percentuais as projecções para o crescimento da economia mundial em 2018 e 2019 para 3,9%. 

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