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Centeno defende que crescimento económico seja centrado no aumento da importância do euro

O governador do Banco de Portugal realçou que "a Europa tem um grande desafio pela frente", que é o "incremento do papel do euro a nível internacional".

A versão revista do anteprojeto do Código da Atividade Bancária foi entregue ao Ministério das Finanças pelo regulador liderado por Mário Centeno.
Pedro Nunes/Reuters
08 de Junho de 2021 às 18:31
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu hoje que o crescimento económico e o regresso à trajetória de crescimento existente na Europa antes da pandemia deve ser "centrado" no incremento do papel do euro a nível internacional.

"Os cidadãos esperam que voltemos a ter a trajetória de crescimento que tínhamos antes da pandemia", disse Centeno no II Fórum Económico Internacional do Jornal espanhol Expansión realizado em Madrid, sublinhando que, segundo ele, o crescimento económico nos próximos anos vai ser centrado no euro.

Na intervenção que fez por videoconferência, o governador do Banco de Portugal realçou que "a Europa tem um grande desafio pela frente", que é o "incremento do papel do euro a nível internacional".

O ex-ministro e antigo presidente do Eurogrupo recordou que o euro é "o símbolo mais tangível da Europa" e que atualmente a moeda única tem a sua maior taxa de apoio por parte dos europeus, segundo um inquérito feito pelo Eurobarómetro.

Mário Centeno classificou 2020 como tendo sido "um ano extraordinário em termos de política e política económica", porque, entre outras coisas, a União Europeia decidiu emitir dívida conjuntamente, o que poderá levar à criação da primeira verdadeira capacidade orçamental.

Também presente neste fórum económico, o governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos, exortou os dirigentes europeus a aprofundar a união financeira e monetária para melhorar os mecanismos de resposta conjunta a crises como a que se viveu durante a pandemia de covid-19.

Durante o seu discurso Hernandez de Cos disse que, embora a resposta da Europa nesta crise tenha sido "melhor" do que se esperava, ainda há muito "trabalho de casa" a fazer até que se possa ter os mecanismos permanentes necessários para dar respostas "mais fáceis" e "enérgicas" aos problemas futuros da economia.

Entre estas tarefas pendentes, o governador apontou os sistemas de estabilizadores automáticos europeus, como um sistema comum de subsídios de desemprego.

Na mesa redonda em que estiveram os dois governadores também intervieram o ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol Josep Piqué, o presidente da empresa Ernst & Young Espanha, Federico Linares, e o economista e ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varufakis.
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