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Católica revê em baixa inflação deste ano para 5,1%

Estimativa está em linha com projeções do Governo e Bruxelas. Em 2025, estima-se que os preços estejam ainda acima da meta de 2%.

Excluindo energia e alimentos não transformados, a subida da inflação aliviou de 7,5% para 7,3% em abril.
Vânia Martins
05 de Julho de 2023 às 20:54
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Com a inflação a atingir em junho o valor mais baixo em um ano e meio, a Católica veio juntar-se esta quarta-feira a outras entidades que reviram em baixa as projeções sobre a evolução do índice de preços no consumidor no conjunto do ano. Em vez dos 6% inicialmente avançados, os economistas da Católica estimam agora que a taxa de inflação anual se fixe em 5,1% este ano, desacelerando ainda mais nos anos seguintes.

“A média anual da inflação é revista em baixa para 5,1% em 2023, mais precisamente num intervalo entre 4,1 % e 6,1%, fruto de uma descida relativamente rápida no segundo trimestre, se bem que persistam sinais de que o fenómeno não está controlado”, indica o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica, na folha trimestral de conjuntura, divulgada esta quarta-feira.

No segundo trimestre, o NECEP dá conta de que a inflação média em Portugal foi de 4,4%. Em termos harmonizados – que permitem comparar a evolução dos preços em Portugal com a dos restantes países da União Europeia –, a variação foi mais elevada (4,7%), mas, ainda assim, ficou abaixo da média da Zona Euro (5,5%).

“A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) deverá contribuir para uma redução da inflação na Zona Euro e em Portugal, mas apenas no limiar de 2024, dado que as taxas diretoras estão ainda no intervalo entre 3,5% e 4,25%”, afiança a Católica, antecipando que o BCE pode vir a “tolerar” taxas de inflação acima de 3% durante mais tempo para “evitar causar dificuldades excessivas à sustentabilidade dos balanços dos bancos que regulam”.

A revisão em baixa da taxa de inflação este ano por parte da Católica acontece depois de, em maio, também o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter divulgado uma projeção mais otimista em relação à evolução dos preços no consumidor. O FMI estima que a inflação alivie de 7,8% em 2022 para 5,6% este ano. Também o Banco de Portugal veio mostrar-se menos pessimista em junho, ao antecipar uma taxa de inflação de 5,2% para este ano, devido “à redução das pressões inflacionistas externas e a maior restritividade da política monetária”.

A nova estimativa da Católica sobre a inflação está em linha com a última lançada pelo Governo, que também antevê uma variação homóloga dos preços de 5,1%. O valor é também o mesmo que foi avançado pela Comissão Europeia nas previsões da primavera, em maio.

Em 2024, a estimativa da Católica antecipa que a inflação anual deverá abrandar para 4%. No ano seguinte, deverá manter-se ainda acima da meta dos 2% do BCE (2,8%), a que só deve regressar mais tarde. 

 

Economistas veem BCE a contribuir para reduzir a inflação “mas apenas no limiar de 2024”.
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