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Bruxelas emite 20 mil milhões de dívida para financiar plano de recuperação

Bruxelas vai emitir um montante recorde de dívida a 10 anos na estreia das bonds NextGenerationEU, criadas para financiar o programa de recuperação no bloco.

Bruxelas avançou para a criação de uma Procuradoria Europeia para combater fraudes com verbas comunitárias.
Olivier Hoslet/EPA
15 de Junho de 2021 às 11:56
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A União Europeia quer arrecadar 20 mil milhões de euros na estreia da emissão de dívida das "bonds" NextGenerationEU, criadas com o intuito de financiar o programa de recuperação para auxiliar os Estados-membros no pós-pandemia.

A informação é avançada pela agência Bloomberg, que cita fontes com conhecimento do tema. De acordo com a agência financeira, a procura ascende a 142 mil milhões de euros, pelo que a taxa que inicialmente era de um ponto base acima do "mid swap" será de dois pontos base abaixo do "mid swap". A Reuters, por seu turno, indica que a yield deverá rondar os 0,06%.

"A União Europeia, fez hoje a primeira emissão de divida ao abrigo do "Next Generation EU" (...) cuja forte procura é justificada pelo interessante prémio que a emissão teve versus outras com risco semelhante. O objetivo da Comissão Europeia para este ano é de financiar-se em 80 mil milhões, a distribuição desta liquidez deverá começar a ocorrer a partir de agosto e é mais um importante passo para a recuperação da economia europeia", diz Filipe Silva, economista do Banco Carregosa, numa nota enviada ao Negócios.

A confirmar-se, esta será a maior transação já anunciada pelo bloco dos 27, duplicando o valor da emissão de notas a 10 anos, em outubro de 2020, quando a Comissão foi aos mercados para financiar o instrumento SURE. Este instrumento, que criou um apoio temporário para atenuar os riscos de desemprego numa situação de emergência, foi adotado para proteger os postos de trabalho e os trabalhadores afetados pela pandemia do coronavírus. 

Esta operação traduz-se da seguinte forma: os investidores vão emprestar 20 mil milhões de euros durante os próximos dez anos à Comissão Europeia para financiar o seu pacote de apoio orçamental. Em troca, recebem o juro que está adjacente a esta operação, que no caso deverá ser ligeiramente abaixo de 0,1%, recebendo, no final da maturidade, o valor que emprestaram. O montante angariado será entregue aos Estados-membro através de empréstimos ou a fundo perdido para ser gasto de acordo com os seus planos de recuperação.

Até ao final de julho deste ano estão previstas mais duas emissões de dívida intermediadas por uma série de bancos - que recebem por angariarem investidores que entrem na operação - por parte da Comissão Europeia. O financiamento do cheque orçamental extraordinário desenhado por Bruxelas irá decorrer até 2026, sendo que se seguirão uma série de outros leilões de dívida até essa data. 

Estima-se que até dezembro deste ano seja emitida dívida no valor de 80 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 10% do montante definido no Fundo de Recuperação. 

A Comissão Europeia terá afastado dez bancos desta emissão, num lote que inclui o JP Morgan, o Barclays, o Citigroup e o Bank of America, por terem já violado regras de concorrência no passado, de acordo com o Financial Times. Assim, este grupo de grandes bancos não terá qualquer tipo de participação em fazer correr a operação. 

(Notícia atualizada com revisão da "yield" estimada e com mais informação às 14:48)
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