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Berlusconi perde membros do Governo em vésperas de aprovação do Orçamento

Quatro responsáveis de topo do governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, incluindo um membro do Executivo, demitiram-se hoje numa tentativa de derrubar a sua Administração e, possivelmente, despoletar eleições antecipadas.

15 de Novembro de 2010 às 14:14
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Quatro membros do recém-criado Partido Futuro e Liberdade para Itália, lançado pelo “speaker” da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, entregaram as suas cartas de demissão ao primeiro-ministro, afirmou um porta-voz do vice-ministro da Indústria, Adolfo Urso, citado pela Bloomberg. Adolfo Urso está entre os que apresentaram a sua demissão.

Fini, que em Julho cortou com Berlusconi para formar o seu novo partido, apelou à demissão do primeiro-ministro italiano no início deste mês, depois de a imprensa noticiar que Berlusconi (na foto) ajudou a retirar de custódia policial uma dançarina de 17 anos de um “nightclub”. O chefe de governo já admitiu que tinha ajudado a dançarina, uma marroquina que tinha estado uns meses antes numa das famosas festas dadas na sua “villa” em Milão.

A ruptura com Fini, co-fundador – juntamente com Berlusconi - do Partido Povo da Liberdade, aconteceu numa altura em que o Parlamento está a preparar-se para votar a proposta de Orçamento do Estado para 2011.

Berlusconi, com 74 anos, poderá ter apoio suficiente por parte da câmara alta, o Senado, para sobreviver a uma moção de confiança. Na Câmara dos Deputados, Fini tem votos suficientes para impedir Berlusconi de ter uma maioria. No entanto, salienta a Bloomberg, mesmo que o governo caia, não há certezas de que possam realizar-se eleições antecipadas.

O presidente Giorgio Napolitano teria primeiro de consultar os partidos para ver se poderia ser formado um outro governo, com ou sem Berlusconi nos comandos, antes da chamada às urnas.
No entanto, “a possibilidade de novas eleições num futuro próximo está agora bastante elevada”, comentou uma economista do Goldman Sachs, Natacha Valla, numa nota aos investidores citada pela Bloomberg.

“Esperamos que o Orçamento seja aprovado dentro de quatro a seis semanas”, referiu por seu lado um economista do Barclays Capital, Fabio Fois. “Se o Senado aprovar o Orçamento sem alterações, talvez possa ser apresentada uma moção de confiança em meados de Dezembro”, acrescentou.

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