A adesão à greve geral convocada para hoje pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) não ultrapassou os 13%, disse hoje o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Bagão Félix, acrescentando que no sector da banca e seguros a adesão não superou os 5%.

Numa conferência de imprensa para fazer o balanço da greve geral de hoje, Bagão Félix adiantou que a adesão no sector terciário não alcançou os 15% e na Administração Pública não atinge os 25%, enquanto na indústria não foi além dos 10%.

Segundo a mesma fonte, 10% dos trabalhadores da estatal Caixa Geral de Depósitos aderiram à greve, mas os números no sector de banca e seguros não superou os 5%.

Para o ministro do Trabalho e da Segurança Social, a greve geral «não alcançou as expectativas dos sindicatos» e, quando confrontado com as estimativas da CGTP, que rondam os 90% de adesão, Bagão Félix afirmou que «100% só o Saddam Hussein».

«Na estimativa do conjunto de trabalhadores que faltaram é difícil distinguir os que aderiram e os que não foram trabalhar devido à falta de transportes», acrescentou.

O mesmo responsável salientou que a adesão mais significativa «baseou-se em sectores que tradicionalmente fazem greve nestas ocasiões». Bagão Félix adiantou que a greve teve «algum impacto» na Administração Pública, «sobretudo o sector da Educação, onde não ultrapassou os 20% e da Saúde, onde também não deverá ter ultrapassado os 30%».

«Curiosamente, o código do trabalho contestado pela CGTP Intersindical nem sequer se aplica aos funcionários e aos agentes da Administração Pública», frisou o ministro do Trabalho e da Segurança Social.

«Esta pseudo greve geral veio evidenciar e fortalecer a ideia de que o Governo está no caminho certo», disse Bagão Félix.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social criticou o facto da CGTP ter anunciado que mais de 90% do comércio e serviços fez greve. «Façam favor de olhar nas ruas das cidades e do país e dizer onde é que 90% das lojas e do comércio estão fechadas», questionou Bagão Félix.

Em relação aos números avançados pela CGTP, a mesma fonte deu o exemplo das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), onde é apontado um absentismo de 100%. «Tenho aqui o número exacto. Dos 1.725 trabalhadores fizeram greve 594, ou seja 34%».

De acordo com a mesma fonte, o sector metalúrgico e metalomecânico do Norte registou uma adesão de 8,9%, as águas, refrigerantes e sumos 3,6%, malhas e confecções 8%, Soares da Costa 10,7%, sendo que «a construção de todos os estádios do 2004 estão a trabalhar».

Bagão Felix anunciou ainda que hoje, o Presidente da República promulgou a nova lei de Bases da Segurança Social.

A CGTP convocou para hoje uma greve geral, a primeira dos últimos 14 anos em Portugal, que está a afectar várias empresas e serviços públicos, sendo o mais evidente a paralisação da quase totalidade dos transportes públicos em Lisboa e Porto. Escolas, hospitais e outros serviços públicos estão também entre os mais afectados.

Veja aqui os dados sobre a greve fornecidos pelo Ministério das Finanças.