Notícia
Europa em queda com juros da dívida a pressionar. Emprego nos EUA em destaque
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
Europa em queda com juros da dívida a pressionar. Emprego nos EUA em destaque
Depois de se terem aguentado à tona na quinta-feira, com o agravamento dos juros da dívida pela Europa a pressionarem as ações, os principais índices europeus estão hoje a negociar em terreno negativo. As atenções estão centradas num relatório do emprego nos Estados Unidos que deverá ajudar a definir as perspetivas da política monetária da Reserva Federal.
A pressionar estão ainda os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a Europa, que seguem em máximos de seis meses. A subida dos custos de financiamento tende a influenciar setores com maiores necessidades de capital.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,13% para 515,17 pontos, com o setor das "utilities" (água, luz, gás) e do retalho a registarem as maiores perdas perto de 1%. Pela positiva está o setor das telecomunicações, depois de o UBS ter atualizado a recomendação para as ações da Deutsche Telekom para "comprar".
O índice britânico, o FTSE 250, mais focado em empresas domésticas, segue a desvalorizar 0,3% e caminha para a maior queda semanal desde agosto de 2023, com as preocupações com o défice orçamental e uma inflação mais elevada a pressionarem os mercados do país esta semana.
Entre os restantes movimentos de mercado, a Ubisoft perde 6,73%, depois de a empresa ter anunciado outro atraso no lançamento de um novo jogo da "franchise" Assasin's Creed. Já a E.ON desce 1,67%, depois de o Bank of America ter revisto a recomendação para as ações da multincional elétrica em baixa.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,01%, o britânico FTSE 100 perde 0,17% e o espanhol IBEX 35 cai 1%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,21%.
Em sentido contrário, o francês CAC-40 soma 0,04% e o italiano FTSEMIB avança 0,12%.
Juros agravam-se na Zona Euro. Gilts britânicas centram atenções
As "yields" das principais obrigações soberanas europeias estão a agravar-se esta sexta-feira, com os olhos postos no Reino Unido, cujos juros das obrigações soberanas continuam em máximos de vários anos em diversas maturidades.
Os juros da dívida britânica a dez anos atingiram na quarta-feira máximos de agosto de 2008, enquanto a "yield" a 30 anos chegou ao valor mais elevado em 26 anos. O movimento no mercado de obrigações está a ser relacionado pelos analistas como uma crise de confiança nas perspetivas orçamentais do governo, apesar de não existir um catalisador óbvio para o movimento.
Os juros da dívida soberana britânica a 10 anos seguem hoje a subir 3,7 pontos base para 4,845%, em máximos de 2008 e aproximam-se da fasquia dos 5%.
Na Zona Euro, os juros das Bunds a 10 anos, de referência para a Zona Euro, agravam-se 2,1 pontos base para 2,584% - no valor mais elevado desde meados de julho.
As "yields" equivalentes de França agravam-se 1,5 pontos base para 3,409%, enquanto a rendibilidade das dívidas espanhola e italiana avança 2,2 e 2,4 pontos base para 3,245% e 3,734%.
A nível nacional, as yields da dívida portuguesa a dez anos sobem 2,2 pontos para 3,013%, depois de a República ter angariado ontem quatro mil milhões de euros em dívida a dez anos.
Dólar inalterado à espera de dados do emprego nos EUA. Libra reduz perdas
O dólar está a negociar praticamente inalterado, com os investidores a aguardarem os dados da criação de emprego nos Estados Unidos de dezembro para firmarem uma posição relativamente ao futuro da política monetária da Reserva Federal.
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da "nota verde" contra outras divisas rivais - cede 0,03% para 109,151 dólares, enquanto o euro soma 0,02% para 1,0302 dólares.
Em destaque está ainda a libra que segue a desvalorizar, embora agora de forma muito ligeira, face ao dólar, depois de ontem ter atingido mínimos de novembro de 2023. A moeda britânica desliza 0,02% para 1,2305 dólares.
Os juros da dívida britânica a dez anos atingiram na quarta-feira máximos de agosto de 2008, enquanto a "yield" a 30 anos chegou ao valor mais elevado em 26 anos. O movimento no mercado de obrigações está a ser relacionado pelos analistas como uma crise de confiança nas perspetivas orçamentais do governo, apesar de não existir um catalisador óbvio para o movimento.
"Continua a haver uma clara preocupação quanto à probabilidade de toda a margem de manobra orçamental da ministra das Finanças ter sido consumida pelo 'sell-off' de títulos de dívida e pela natureza anémica do crescimento económico do Reino Unido", explicou à Reuters Michael Brown, estratega da Pepperstone.
Tipicamente, o aumento da rendibilidade da dívida soberana é um fator positivo para a moeda do país. O facto de tal não estar a acontecer poderá sinalizar que os investidores perderam confiança na habilidade do governo para manter a dívida nacional e a inflação contidas.
Petróleo a caminho da terceira semana de ganhos. É a maior série desde julho
Os preços do petróleo estão a valorizar e a caminho da terceira semana consecutiva de ganhos - a maior série desde julho, com os sinais de maior aperto no mercado, que incluem uma redução dos "stocks" de crude nos Estados Unidos a sobreporem-se a preocupações com a procura por parte do maior importador do mundo, a China.
A esta hora, o contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 0,92% para os 74,6 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – soma 0,92% para os 77,63 dólares.
Os analistas do JPMorgan, numa nota vista pela Bloomberg, atribuem os ganhos à crescente preocupação com interrupções no fornecimento devido ao endurecimento das sanções por parte dos países ocidentais, "stocks" de petróleo mais reduzidos, temperaturas mais frias do que a média nesta altura do ano em muitas partes dos Estados Unidos e da Europa e maior otimismo em relação às medidas de estímulo anunciadas por Pequim.
Incerteza em torno de Trump coloca ouro a caminho da melhor semana desde novembro
A incerteza em torno do que fará o Presidente-eleito dos Estados Unidos Donald Trump quando tomar posse a 20 de janeiro tem gerado maior procura por ouro, um metal que é considerado justamente um ativo-refúgio em tempos de incerteza.
O ouro segue assim a valorizar 0,32% para 2.675,67 dólares por onça e a caminho de uma semana de ganhos, com uma subida acima de 1% - a maior desde novembro.
Os investidores vão ainda atentar nos números da criação do emprego nos Estados Unidos, um dos mais importantes indicadores neste início de ano para providenciar maior clareza aos investidores sobre o rumo futuro da política monetária da Reserva Federal.
"Esperamos que o ouro caia um pouco caso de os números do relatório da criação de emprego sejam mais elevados que o esperado", disse à Reuters Jigar Trivedi, analista da Reliance Securities.
"O ouro valorizou depois que um relatório do emprego no setor privado abaixo do esperado em dezembro ter reforçado a ideia de que a Fed pode ter de adotar uma abordagem menos cautelosa aos cortes das taxas diretoras", acrescentou.
Futuros da Europa em queda ligeira. Ásia cautelosa à espera de dados do emprego nos EUA
Os principais índices europeus estão a apontar para uma descida ligeira na abertura, dando continuidade às perdas registadas na sessão asiática. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 cedem 0,08%.
Isto num dia em que todos os olhos estão postos nos dados da criação de emprego e da taxa de desemprego nos Estados Unidos, referentes ao último mês do ano.
Também do lado de lá do Atlântico, Wall Street vai voltar a negociar, depois de ter estado encerrada em homenagem a Jimmy Carter, o histórico 39.º presidente dos EUA que morreu no final do mês passado aos 100 anos.
Na Ásia, o MSCI Asia-Pacific – que é composto por cinco mercados desenvolvidos e oito emergentes - caminha para a terceira sessão consecutiva de perdas, com os investidores mais cautelosos antes dos números do emprego nos EUA.
Na China, em Hong Kong, o Hang Seng perde 0,9%, enquanto o Shanghai Composite recua 1,33%. No Japão, o Topix cai 0,8% e o Nikkei desvaloriza 1,05%. Na Coreia do Sul, o Kospi cede 0,24%.