As medidas de austeridade portuguesa estão a fazer os médicos espanhóis regressar a casa, segundo a agência espanhola Efe.

De acordo com os dados da Associação de Profissionais de Saúde Espanhóis em Portugal, há cinco anos os médicos espanhóis que trabalhavam em Portugal ascendiam a 2.200 - resumindo-se agora a 1.800.

Xoán Gomez, presidente deste organismo, refere que com a descida de salários na função pública, um profissional de saúde ganhará entre 20% a 25% menos do que em Espanha, com a proliferação de “trabalhos precários como consequência da privatização de alguns hospitais”.

Até agora, Portugal teria sido um ‘El Dorado’ para médicos espanhóis no desemprego – oferecendo-lhes estabilidade laboral apesar dos salários, então 10% a 15% mais baixos do que em Espanha.

As vantagens que então Portugal teria sobre o mercado “precário” dos profissionais de saúde em Espanha ter-se-ão perdido, segundo Xoán Gómez, que salienta que “agora há mais pressão sobre os médicos”, num panorama que poderá “agravar” a falta de médicos em Portugal.