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Argentina tenta evitar segundo colapso na mesma década

A Argentina está em dificuldades. Para evitar um segundo incumprimento do serviço da dívida na mesma década, as especulações apontam para que o país está a tentar tomar medidas de urgência, mas o sentimento de mercado está muito negativo.

21 de Outubro de 2008 às 18:09
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A Argentina está em dificuldades. Para evitar um segundo incumprimento do serviço da dívida na mesma década, está a tentar tomar medidas de urgência, mas o sentimento de mercado está muito negativo.

Na sessão de hoje, as obrigações registaram uma forte queda, colocando as “yields” do dólar acima de 24%, e as acções tiveram a queda mais acentuada em mais de uma década devido à especulação de que o governo vai nacionalizar fundos de pensões na tentativa de conseguir financiamento e evitar um segundo colapso na mesma década.

A presidente do país, Cristina Fernandez de Kirchner, vai apresentar ainda hoje um plano para os fundos de pensões, anunciou a Administração da Segurança Social num comunicado divulgado pela Bloomberg.

Cristina de Kirchner vai nacionalizar aquele sistema, o que dará ao governo o controlo de 29 mil milhões de dólares em contas poupança reforma, referiu o “La Nacion”, citando responsáveis governamentais sob anonimato.

A presidente da Argentina tem tentado obter dinheiro para cobrir as crescentes necessidades financeiras do país, numa altura em que a crise financeira global está levar a uma queda nos preços das “commodities” exportadas pela Argentina e a reduzir a procura de dívida daquela nação.

As necessidades de empréstimos do governo poderão ascender a 14 mil milhões de dólares no próximo ano, contra 7 mil milhões em 2007, segundo o RBC Capital Markets, citado pela Bloomberg.

“O governo está a dizer, de forma explícita, que está com problemas em cumprir as maturidades da dívida e que esta é uma medida de último recurso para o conseguir”, afirmou à Bloomberg um analista da Silver Cloud Advisors, Javier Savucci.

As “yields” sobre as obrigações governamentais de 8,28%, a vencer em 2033, aumentaram 4,35 pontos percentuais, para 24,77%, o valor mais elevado desde que o país emitiu dívida no âmbito de uma reestruturação em 2005, referiu o JPMorgan Chase & Co. O preço das obrigações caiu 7,91 cêntimos, para 29 cêntimos de dólar, ficando a apenas uns cêntimos acima do preço dos activos em incumprimento que os investidores detinham antes da renegociação de 2005.

O principal índice bolsista do país, o Merval, caiu hoje 12,7%, para um mínimo de quatro anos – sendo que a queda deste mês atinge já os 36%.

O país sul-americano não tem acesso aos mercados de capitais internacionais desde que anunciou o incumprimento de 95 mil milhões de dólares de obrigações em 2001. Os detentores de cerca de 20 mil milhões de dólares dessas obrigações rejeitaram o pagamento proposto pelo governo em 2005, de 30 cêntimos de dólar, naquela que foi a mais dura reestruturação desde a Segunda Guerra Mundial, relembra a Bloomberg.

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