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Antonis Samaras, o "conservador rebelde"

A vida política de Antonis Samaras, líder do partido conservador Nova Democracia (ND), tem sido atribulada.

15 de Junho de 2012 às 14:52
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Perto dos 61 anos, poderá concretizar a sua ambição de liderar um governo grego, apesar de nas eleições de 6 de Maio, o seu partido ter registado um recuo significativo, vencendo o escrutínio com 18,85% dos votos, contra 33,47% em 2009.

Para o conseguir, existe apenas um obstáculo chamado Syriza, a coligação da esquerda que ameaça a primazia dos conservadores num embate eleitoral decisivo, depois de as eleições de Maio terem resultado numa impossibilidade de formação de governo.

À semelhança de parte da geração de políticos no activo, que no período da ditadura militar (1967-1974) se juntaram às diásporas gregas, Samaras licenciou-se em Economia no Amherst College (Massachusetts, Estados Unidos) em 1974 e obteve o mestrado por Harvard dois anos depois.

Natural de Atenas, regressou à sua cidade e aderiu à ND, fundada por Konstantinos Karamanlis em meados de 1974 após o regresso da democracia, tendo sido eleito deputado entre 1977 e 1996, e depois entre 2007 até hoje.

Entre os gregos, é sobretudo respeitado pela sua linhagem materna. A mãe Lena Samaras, já falecida, era filha de Penélope Delta, conhecida autora de livros infantis que se suicidou no dia em que as tropas alemãs entraram na capital grega durante a II Guerra Mundial.

Casado com Georgia Kritikou, Antonis Samaras saboreou pela primeira vez o poder nos governos do primeiro-ministro conservador Constantine Mitsotakis, como ministro das Finanças em 1989, e como ministro dos Negócios Estrangeiros, até 1992.

Antonis Samaras foi chefe da diplomacia grega quando as guerras na ex-Jugoslávia incendiaram os Balcãs e se colocou a "questão macedónia", que supostamente reivindicava os territórios da província do norte da Grécia.

Defensor da "linha dura" face à "questão macedónia", foi demitido do cargo em 1992 e decidiu fundar o seu partido ("Primavera Política"), posicionado à direita da ND.

A "Primavera Política" de Antonis Samaras obteve bons resultados nas legislativas de 1993 e nas europeias do ano seguinte, mas iniciou o declínio em 1996, quando não conseguiu atingir a barreira dos 3% que garante representação parlamentar.

Samaras regressou ao parlamento helénico nas eleições de 2007 e dois anos depois foi designado ministro da Cultura no segundo governo de Kostas Karamanlis, primeiro-ministro entre 2004 e 2009.

Nesse posto, inaugurou o Museu da Acrópole em Julho de 2009, ano em que foi reeleito deputado nas eleições antecipadas de Outubro, que deram a vitória por maioria absoluta ao Pasok de George Papandreou.

A pesada derrota eleitoral da ND abriu a luta pelo poder com a inevitável demissão de Karamanlis. Contrariando as previsões, Antonis Samaras foi eleito para a chefia do partido.

O novo líder da ND prosseguiu a oposição "radical" ao seu "arquirrival" Papandreou, acusado com frequência de entregar a "soberania" da Grécia aos credores internacionais.

Quando por fim se comprometeu a apoiar o acordo global de 27 de Outubro sobre a Grécia e integrar um "governo de salvação nacional" com o Pasok, impôs uma condição: afastar Papandreou do poder. Conseguiu.

Em Fevereiro exigiu que os deputados da ND críticos ao acordo com a 'troika' internacional, e que votaram contra no parlamento, fossem expulsos do partido. Liderados por Panos Kammenos, os dissidentes formaram o Partido dos Gregos Independentes.

Por ironia, esta jovem formação também contribuiu para impedir em 6 de Maio a maioria absoluta ambicionada por Samaras.
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