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António Costa: "A austeridade não é o nosso ADN nem será a nossa estratégia"
O primeiro-ministro voltou hoje a afirmar a importância de o país ter “contas certas” e de investir na redução da dívida pública. E refuta acusações de que a proposta de Orçamento do Estado seja de austeridade o que, diz, não passa pelas intenções do seu Governo.
"É possível conciliar uma política de contas certas sem austeridade" e com uma forte "política de apoio às famílias e empresas", defendeu esta quinta-feira o primeiro-ministro. Falando aos deputados no dia em que arrancou, no Parlamento, o debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, António Costa deixou uma garantia: "A austeridade não é o nosso ADN nem será a nossa estratégia".
Enumerando as várias medidas constantes na proposta de OE, nomeadamente as de natureza fiscal, para famílias e empresas, o primeiro-ministro salientou que "este OE cumpre aquilo a que se propôs, apoiar o crescimento e a recuperação económica do país", através do reforço do rendimento de famílias e empresas.
"Quase todos nos pedem que dinamitemos a credibilidade internacional" do país e "a alguns oiço falar, pasme-se em austeridade", algo "só ó o peso na consciência de quem infringiu fortes cortes às famílias poderá justificar", afirmou António Costa.
"Será austeridade aumentar os 2,3 milhões de pensionistas? E diminuir a fiscalidade para a classe média? Ou a criação da garantia infantil que retirará da pobreza extrema mais de 120 mil crianças? Ou o incentivo ao investimento das empresas?", questionou, para concluir que "este não é o orçamento da austeridade".
"A austeridade não é o nosso ADN nem será a nossa estratégia para enfrentar as crises", não o foi durante a pandemia e "nem será agora", prosseguiu António Costa.
Ao mesmo tempo, garantiu, "podem contar com o Governo para continuar uma trajetória de consolidação orçamental e com contas certas", afirmou também o primeiro-ministrio, retomando o discurso que tem sido o ministro das Finanças e salientando que "é preciso continuar a reduzir o peso da dívida pública".
"Vivemos tempos de elevada incerteza, com aumentos das taxas de juro e temos de manter" essa trajetória, "com contas certas, porque sem contas certas não há confiança no futuro". E sem elas, não teria sido possível dar a resposta que foi dada durante a pandemia, sublinhou.
Este Orçamento do Estado "não é um exercício de última hora", mas "está mais do que na hora", lembrou ainda o primeiro ministro, numa referência ao chumbo da proposta em outubro passado, que levaria o país para eleições. Este Governo vai acelerar, recuperar, realizar, concretizar", garantiu. E rematou, recorrendo à canção de Jorge Palma: "Há afinal muita estrada para andar" e "a gente vai continuar".