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Ana Paula Vitorino: Decisão sobre extensão da plataforma continental só após 2020
A ministra do Mar assegura que a discussão na ONU da proposta portuguesa está a correr dentro do previsto e que o país está a ultrapassar todas as fases do processo.
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse esta terça-feira no parlamento que o processo de análise nas Nações Unidas à proposta portuguesa para a extensão da plataforma continental "está a decorrer dentro do previsto", mas recordou que "são processos lentos" e que "antes de 2020 não haverá seguramente resposta".
A responsável lembrou que o que Portugal consegue fazer relativamente ao ritmo dessa avaliação é apenas "na medida de assegurar que existem respostas prontas às questões que são colocadas". "Estamos a ultrapassar todas as fases do processo", disse Ana Paula Vitorino, adiantando que neste momento está quase concluída a fase de reconhecimento formal da proposta.
A ministra explicou que a matéria está agora classificada como confidencial, e que nesse âmbito apenas dá conhecimento do desenvolvimento do processo ao primeiro-ministro, ministro dos Negócios Estrangeiros e presidentes dos governos regionais dos Açores e Madeira, que também estão sujeitos à mesma confidencialidade.
Ana Paula Vitorino sinalizou ainda aos deputados que não há nenhuma proposta aprovada a 100%, mas em regra a 80% ou 60%.
Questionada sobre a capacidade do país de assumir a responsabilidade por uma área em que 97% passa, segundo a proposta de extensão, a ser mar, a ministra garantiu que "o ‘day after’ está a ser preparado" e "com base nas novas tecnologias".
A intervenção, admitiu ainda, "vai ter naturalmente que ter mais investimentos e mais investimentos para os quais o próximo quadro comunitário terá que ter alguma cobertura".
Para Ana Paula Vitorino, os próximos fundos para o mar têm de ser mais transversais, mais significativos e mais abrangentes.
A discussão na ONU da extensão da plataforma continental portuguesa começou a ser feita em Agosto do ano passado à porta fechada. A proposta, que foi apresentada em 2009, é para que a área da plataforma seja alargada mais de dois milhões de quilómetros quadrados