Notícia
Ana Gomes: "Eu sei que incomodo o centrão dos interesses"
A candidata presidencial Ana Gomes afirmou hoje ser contra "o centrão dos interesses", que diz incomodar, quando questionada sobre um documento assinado por 22 personalidades socialistas que apoiam Marcelo Rebelo de Sousa.
20 de Janeiro de 2021 às 14:28
"Não me surpreende, sinto-me muito bem acompanhada por muitos e muitas socialistas, em particular jovens socialistas, que percebem que votar no candidato da direita não é digno do PS de Mário Soares", afirmou Ana Gomes, em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Escola de Medicina da Universidade do Minho.
Questionada porque não conseguiu convencer destacados socialistas que assinam o documento, como Vieira da Silva ou Fernando Medina, a candidata remeteu a pergunta para os signatários, mas avançou uma explicação.
"Eu sou socialista e não acho que o centrão dos interesses sirva o país nem sirva a democracia e, portanto, eu sei que incomodo o centrão dos interesses", afirmou.
A ex-eurodeputada do PS - partido que não deu indicação de voto para as eleições de domingo - recusou responder se estes apoios ao atual Presidente da República e recandidato ao cargo significam uma "traição" aos valores do PS.
"Não alinho nesse tipo de julgamentos, as ações ficam com quem as pratica", disse.
A candidata repetiu, como tinha dito na terça-feira à noite numa conversa com jovens socialistas, que existe "um processo em curso para a direita neoliberal se reorganizar".
"É um processo que implica a colaboração da ultra-direita, que até já identificou o representante da direita com quem trabalharia muito bem: o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho", afirmou.
"Qualquer bom entendedor percebe, os socialistas percebem", acrescentou.
Ana Gomes deixou ainda uma pergunta no ar sobre o atual decreto presidencial que renova o estado de emergência até 30 de janeiro: "Porque é que não previu ainda uma suspensão das prescrições na justiça, a quem é que isso serve?", questionou, apontando este como um exemplo do "centrão dos interesses".
Um grupo de 22 socialistas anunciou hoje o seu apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa às presidenciais, incluindo autarcas, três ex-ministros, Correia de Campos, Vieira da Silva e Paulo Marques, e o líder regional açoriano Vasco Cordeiro.
No texto, com o título "Votar para mobilizar Portugal", a que a Lusa teve acesso, é elogiado o primeiro mandato de Marcelo, pelo "respeito e valorização do quadro constitucional", pela "estabilidade política e do diálogo político e social", pela "defesa dos interesses nacionais".
Entre os ex-governantes, contam-se Correia de Campos (antigo ministro da Saúde), Bernardo Trindade, antigo Secretário de Estado do Turismo, Guilherme d'Oliveira Martins (antigo Secretário de Estado das Infra-estruturas), José António Vieira da Silva (ex-ministro do Trabalho e da Solidariedade Social), Pedro Marques, atual eurodeputado e antigo ministro das Infra-estruturas, e Vasco Cordeiro, ex-presidente do Governo Regional dos Açores.
Na lista, estão os presidentes de câmara Fernando Medina (Lisboa), o ex-candidato presidencial Basílio Horta (Sintra), Alberto Mesquita (Vila Franca de Xira), Alexandre Almeida (Paredes), Eduardo Vítor (Vila Nova de Gaia), José Manuel Ribeiro (Valongo), Manuel Machado (Coimbra), Miguel Alves (Caminha), Nuno Canta (Montijo), Nuno Mocinha (Elvas), Rui Santos (Vila Real) e Vitor Hugo Salgado (Vizela).
Há ainda dois deputados do PS, João Azevedo (Viseu) e Jorge Gomes (Bragança) e o deputado ao parlamento regional da Madeira Paulo Cafôfo.
O PS não apoiou formalmente nenhuma das candidaturas, mas militantes e dirigentes socialistas têm-se distribuído, maioritariamente, entre as candidaturas de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes, que é do partido.
Em menor número, alguns socialistas manifestaram apoio a João Ferreira, apoiado pelo PCP e Verdes.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina na sexta-feira. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
Questionada porque não conseguiu convencer destacados socialistas que assinam o documento, como Vieira da Silva ou Fernando Medina, a candidata remeteu a pergunta para os signatários, mas avançou uma explicação.
A ex-eurodeputada do PS - partido que não deu indicação de voto para as eleições de domingo - recusou responder se estes apoios ao atual Presidente da República e recandidato ao cargo significam uma "traição" aos valores do PS.
"Não alinho nesse tipo de julgamentos, as ações ficam com quem as pratica", disse.
A candidata repetiu, como tinha dito na terça-feira à noite numa conversa com jovens socialistas, que existe "um processo em curso para a direita neoliberal se reorganizar".
"É um processo que implica a colaboração da ultra-direita, que até já identificou o representante da direita com quem trabalharia muito bem: o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho", afirmou.
"Qualquer bom entendedor percebe, os socialistas percebem", acrescentou.
Ana Gomes deixou ainda uma pergunta no ar sobre o atual decreto presidencial que renova o estado de emergência até 30 de janeiro: "Porque é que não previu ainda uma suspensão das prescrições na justiça, a quem é que isso serve?", questionou, apontando este como um exemplo do "centrão dos interesses".
Um grupo de 22 socialistas anunciou hoje o seu apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa às presidenciais, incluindo autarcas, três ex-ministros, Correia de Campos, Vieira da Silva e Paulo Marques, e o líder regional açoriano Vasco Cordeiro.
No texto, com o título "Votar para mobilizar Portugal", a que a Lusa teve acesso, é elogiado o primeiro mandato de Marcelo, pelo "respeito e valorização do quadro constitucional", pela "estabilidade política e do diálogo político e social", pela "defesa dos interesses nacionais".
Entre os ex-governantes, contam-se Correia de Campos (antigo ministro da Saúde), Bernardo Trindade, antigo Secretário de Estado do Turismo, Guilherme d'Oliveira Martins (antigo Secretário de Estado das Infra-estruturas), José António Vieira da Silva (ex-ministro do Trabalho e da Solidariedade Social), Pedro Marques, atual eurodeputado e antigo ministro das Infra-estruturas, e Vasco Cordeiro, ex-presidente do Governo Regional dos Açores.
Na lista, estão os presidentes de câmara Fernando Medina (Lisboa), o ex-candidato presidencial Basílio Horta (Sintra), Alberto Mesquita (Vila Franca de Xira), Alexandre Almeida (Paredes), Eduardo Vítor (Vila Nova de Gaia), José Manuel Ribeiro (Valongo), Manuel Machado (Coimbra), Miguel Alves (Caminha), Nuno Canta (Montijo), Nuno Mocinha (Elvas), Rui Santos (Vila Real) e Vitor Hugo Salgado (Vizela).
Há ainda dois deputados do PS, João Azevedo (Viseu) e Jorge Gomes (Bragança) e o deputado ao parlamento regional da Madeira Paulo Cafôfo.
O PS não apoiou formalmente nenhuma das candidaturas, mas militantes e dirigentes socialistas têm-se distribuído, maioritariamente, entre as candidaturas de Marcelo Rebelo de Sousa e de Ana Gomes, que é do partido.
Em menor número, alguns socialistas manifestaram apoio a João Ferreira, apoiado pelo PCP e Verdes.
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral termina na sexta-feira. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).