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Alemanha ultrapassa Japão como terceira maior economia mundial. A culpa é do iene

O FMI prevê uma queda do PIB nominal japonês de 0,2% em 2023, um valor que relega o Japão para a quarta posição entre as maiores economias do mundo. Queda do ien é o principal motivo.

A política de controlo da curva de rendibilidade levada a cabo pelo Banco do Japão (BoJ) depende de taxas de juro globais suaves e de “yields” baixas – e em 2018 isso não irá funcionar. À medida que a inflação for subindo, as rendibilidades também dispararão e o resultado será um grande mergulho do iene. Em última análise, o banco central nipónico terá de recorrer a medidas de flexibilização quantitativa, mas não sem antes a nota verde escalar face à divisa japonesa, com o dólar a chegar a valer 150 ienes antes de desvalorizar rapidamente para 100 ienes.
reuters
24 de Outubro de 2023 às 16:15
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Depois de 13 anos no terceiro lugar, o Japão prepara-se para ceder essa posição à Alemanha na lista das maiores economias do mundo em 2023, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI). O enfraquecimento do iene em relação ao dólar e ao euro estão por trás desta movimentações.

De acordo com as previsões de outubro do FMI, o PIB nominal japonês deve cair 0,2% em 2023 e ficar pelos 4.23 biliões de dólares. Este valor fica abaixo das previsões para o PIB nominal da Alemanha, que o FMI estima que seja de 4,42 biliões de dólares no final de 2023 - uma evolução de 8,4%.

Na liderança continuam os Estados Unidos e a China. Os norte-americano ocupam o lugar cimeiro da lista com uma previsão de crescimento do PIB nominal de 5,8% para 26,94 biliões. A China mantém o segundo posto ainda que o PIB nominal recue 1% para 17,7 biliões de dólares.

O PIB nominal diz respeito ao nível de atividade económica de um determinado território sem considerar as variações dos preços.

Queda do iene por trás deste recuo

A queda do iene em relação ao dólar e ao euro é um dos grandes motivos por trás desta mudança entre as maiores economias do mundo. A moeda japonesa aproxima-se dos 150 ienes por dólar e 160 por euro. É preciso recuar até 2008 para ver valores semelhantes, quando o euro atingiu os 160 ienes.

Esta queda deve-se em grande parte às diferenças entre as políticas monetárias japonesas e europeias e norte-americanas. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a Reserva Federal e Banco Central Europeu (BCE) decidiram pelo aumento das taxas de juro para combater a inflação, o Japão insiste numa política de manutenção dos juros diretores em valores mínimos.

O Banco do Japão (o banco central japonês) vai reunir na próxima semana, mas o fim da taxa de juro negativa, diz a Bloomberg, só deve chegar no próximo ano.

De acordo com a Bloomberg, a previsão de um crescimento mais estável a longo prazo na Alemanha, ao contrário do que se prevê para o Japão, é um dos principais fatores de preocupação para os decisores políticos japoneses que preparam a execução de um novo pacote económico. 

O Japão chegou a ocupar a segunda posição desta lista, mas foi superado pela China em 2010.
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