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Afinal era "bluff". Trump formalizou financiamento do governo federal

O Congresso norte-americano aprovou esta sexta-feira um financiamento de seis meses do governo federal, para evitar uma paralisação dos serviços públicos a partir da meia-noite. Trump ameaçou vetá-lo, mas acabou por lhe dar luz verde.

23 de Março de 2018 às 18:19
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O presidente dos EUA promulgou o projecto de lei hoje aprovado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado (as duas casas do Congresso, de maioria republicana) e que permite que as agências federais possam continuar a ser financiadas a partir de amanhã, evitando um "shutdown".

 

Donald Trump viabilizou assim o financiamento para seis meses do governo federal, no valor de 1,3 biliões de dólares, que impede que se instale o caos nos serviços públicos.

 

De manhã, numa mensagem publicada na sua conta do Twitter, Trump disse que não estava satisfeito com as questões relacionadas com a imigração que constavam do projecto de lei e ameaçou vetá-lo. Muitos se questionaram se o presidente estaria mesmo a falar a sério ou se seria "bluff". Confirmou-se a segunda hipótese.

 

"Estou a ponderar vetar o projecto de lei geral de financiamento, com base no facto de os mais de 800.000 beneficiários do DACA terem sido completamente abandonados pelos democratas (já que nem sequer são mencionados no projecto de lei) e também devido ao facto de o muro fronteiriço [com o México], que precisa desesperadamente da nossa Defesa Nacional, não estar integralmente financiado", sublinhava Trump no seu tweet.

 

A travar o anterior acordo de financiamento, que vigora até hoje à meia-noite, esteve também o impasse em torno de temas como a imigração e a segurança nas fronteiras. Os democratas insistiam em que qualquer legislação orçamental para manter o governo federal em funcionamento teria de incluir a protecção dos jovens imigrantes indocumentados – conhecidos como ‘Dreamers’ (sonhadores).

 

O chamado programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) protegia da deportação os imigrantes ilegais que tivessem entrado nos EUA ainda crianças, mas Donald Trump interrompeu o funcionamento desse mecanismo e era esse programa que os democratas visavam retomar.

 

Os republicanos, por seu lado, disseram que não iriam negociar o que quer que fosse relativamente à imigração enquanto os democratas não lhes dessem os votos necessários para reabrirem os serviços públicos. Esses votos foram dados, mas o impasse no DACA continua e hoje foi Trump que disse que os democratas estão a abandonar esses jovens indocumentados.

 

No entanto, os democratas alegam que Trump é que criou a sua própria crise ao cancelar o programa DACA. O presidente norte-americano, recorde-se, concordou em prosseguir com o DACA se o Congresso aprovasse reformas profundas na legislação sobre a imigração e garantisse 25 mil milhões de dólares para construir o muro com o México e aumentar a segurança nas fronteiras. Mas os democratas rejeitaram esse plano.

 

Trump tem tentado avançar com o prometido na sua campanha eleitoral, construindo um muro ao longo da fronteira dos EUA com o México. A proposta de lei hoje aprovada no Congresso inclui 1,6 mil milhões de dólares para esse projecto, valor ainda muito longe dos 25 mil milhões almejados por Trump.

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