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Mário Assis Ferreira: 23 anos de vácuo

Eis-nos nos idos de 2023, quase chegados ao final do 1.º quartel do século XXI, e pouco mais nos resta que a nostalgia de reconhecer o vácuo do seu desperdício, face ao que pensávamos ser – e ter – no final do século XX, escreve Mário Assis Ferreira, presidente da Estoril-Sol, na sua carta ao futuro.

Negócios 27 de Junho de 2013 às 12:00
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Foram 23 anos de insanos paradoxos ao sabor de circunstancialismos ausentes de uma visão estratégica integrada: por inércia e facilitismo, vivemos esta primeira década na boa aventurança de um irresponsável despesismo, rumo ao abismo de uma crise globalizada; atolados em dívidas e resgatados pela Troika, entrámos numa segunda década em esforço de redenção, convictos de que os excessos de austeridade, o primado das contas públicas e o estatuto de "bons alunos" poderia colmatar a destruição da economia, a espiral do desemprego, a desagregação social; e, na emergência de rotas em contramão, encerrámos essa segunda década tentando recuperar o que restava do tecido económico, reinventando o empreguismo, recriando, no "Estado Social", insustentáveis parâmetros, mas secundarizando, em nome de tais desígnios, o equilíbrio das contas públicas e a contenção do deficit.

Ex-"bons alunos" da Europa, passámos a "chumbar" nos exames da Troika.

Mas se deixámos de ser bons alunos, aprendemos a ser razoáveis estudantes...

E eis-nos, em 2023, a gerir, - agora, com maior prudência -, a saída de um novo resgate, - ainda em Euros -, a que tanta inépcia nos conduziu...

Desta vez mais cautelosos, pela experiência do passado; mais sábios, pelo ensinamento dos erros cometidos, mais conformados, pela habituação à permanência das dificuldades.

E, certamente, mais felizes; porque o segredo da felicidade é esse, o de aprender a desejar cada vez menos!

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