Notícia
A semana em cinco minutos: um procurador preso, o primeiro OE do PCP e despedimentos no NB
Orlando Figueira, procurador, foi preso, suspeito de corrupção. Pela primeira na sua história o PCP aprovou um Orçamento do Estado. O Novo Banco vai despedir 500 trabalhadores e Bill Gates apoiou o FBI.
SEGUNDA-FEIRA, 22 FEVEREIRO
Orçamento do Estado em debate no Parlamento. Num debate marcado pela troca de acusações entre PSD e CDS e os partidos de esquerda que apoiam o Governo, no primeiro dia de discussão do Orçamento do Estado para 2016 o primeiro-ministro preferiu não responder às questões sobre a reestruturação da dívida e o "plano b". António Costa destacou que "pela primeira vez em muitos anos um novo Governo não aumenta o IVA ou o IRS" e às críticas de que o orçamento é "imprudente" e "cria várias incertezas e riscos", respondeu com uma acusação de que Passos Coelho pediu à Comissão para chumbar o Orçamento. A discussão do Orçamento prosseguiu no dia seguinte, estando já garantida a sua aprovação, com os votos favoráveis do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes.
TAP pode prosseguir com alterações de rotas. A companhia aérea anunciou em Lisboa que vai reforçar a sua operação para Marrocos e à tarde que vai lançar duas novas rotas para os Estados Unidos e avançar com uma parceria com uma empresa de Neeleman para o mercado norte-americano. Numa conferência no Aeroporto Internacional JFK, o gestor afirmou que os chineses da HNA devem ficar com 10% a 13% da TAP numa operação a concretizar ainda este ano e que o Porto é "uma cidade muito importante para a TAP". No que diz respeito à privatização, Fernando Pinto foi chamado de urgência à ANAC para discutir o parecer prévio do regulador. Ficou acordada a criação de grupo de trabalho entre as duas partes com o objectivo de esclarecer a cada momento eventuais dúvidas relativamente às medidas que a gestão pode ou não tomar. Contudo, ficou já decidido que o "programa de exploração comercial da TAP para o próximo período de Verão IATA prosseguirá normalmente".
Receios com "Brexit" afundam libra. A moeda britânica sofreu a maior queda desde 2010, perante os receios reforçados de que o Reino Unido venha a escolher sair da União Europeia. Estes cresceram depois de cinco ministros do Governo de David Cameron e o "mayor" de Londres terem anunciado que vão fazer campanha pelo "não" no referendo que foi marcado para 23 de Junho. As agências de "rating" alertaram para os "riscos significativos" que o Reino Unido enfrenta se sair da UE, as grandes companhias assinaram uma carta a favor da permanência na região e o primeiro-ministro avisou que não haverá lugar a um segundo referendo, pois a decisão de Junho "é final".
Reformas antecipadas no Novo Banco. O banco liderado por Eduardo Stock da Cunha vai avançar com um novo programa de reformas antecipadas com o objectivo de reduzir o número de trabalhadores, em linha com a prática já seguida no passado (no primeiro semestre suportou custos extraordinários de 9,6 milhões de euros com a aposentação de 36 colaboradores). De acordo com Rui Riso, Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, "estão a convidar as pessoas mais antigas para se reformarem", sendo que não haverá uma meta para o número de rescisões a efectuar com este programa. Além do programa de pré-reformas, o Novo Banco deverá avançar em breve com um plano de redução de trabalhadores que pode levar à saída de cerca de 1.000 colaboradores.
As estrelas do sector tecnológico em Barcelona. No primeiro dia oficial do Mobile World Congress em Barcelona as fabricantes de equipamentos de telecomunicações anunciaram as suas novidades mais sonantes. Os novos membros da família Galaxy, o primeiro smartphone modular da LG ou o Alcatel embrulhado numa caixa que se transforma em óculos de realidade virtual foram algumas das estrelas do evento que centra as atenções do sector tecnológico. Na véspera a Samsung surpreendeu com uma parceria com o Facebook para as redes sociais.
Dívida desce no Estado, empresas e famílias. O peso da dívida pública na economia baixou em 2015, invertendo a trajectória registada nos anos anteriores. Os dados do Banco de Portugal mostram que a dívida pública fixou-se nos 128,9% do PIB no final de 2015, situando-se abaixo do registado no trimestre anterior (130,5%) e no final de 2014 (130,2%). Já as empresas e famílias estão a baixar o endividamento a um ritmo muito mais forte. As empresas privadas viram a sua dívida cair 7,7 pontos percentuais em 2015 para os 144,9% do PIB, naquela que foi a maior descida do endividamento pelo menos desde 2007. No que que diz respeito às famílias o peso da dívida no PIB baixou de 85,1% para 80,2% do PIB entre 2014 e 2015.
TERÇA-FEIRA, 23 FEVEREIRO
Orçamento passa no Parlamento. O Orçamento do Estado para 2016 foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PCP, BE e Verdes. O PAN absteve-se e o PSD e o CDS votaram contra. O ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, encerrou o debate na Assembleia da República afirmando que a aprovação do Orçamento permitirá que em Outubro o Governo apresente um Orçamento para 2017 "que consolide a mudança". Já Passos Coelho, líder do PSD, teceu críticas ao documento. "O Orçamento é mau e é um presente envenenado para os portugueses. Deixa o país mais vulnerável às crises externas. E, não, não apresentaremos alterações a este Orçamento. Ele não tem arranjo possível", afirmou o ex-primeiro-ministro.
Governo só debate dívida em "termos europeus". O ministro das Finanças durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado, diferenças de opinião com o PCP no que se refere à reestruturação da dívida. Mário Centeno disse que o Governo só suscitará esse debate "quando se colocar em termos europeus". Os comunistas, que têm dado apoio parlamentar ao Governo do PS, querem iniciar já este processo.
Procurador detido por suspeitas de corrupção. Orlando Figueira, procurador da República, foi detido pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção, branqueamento e falsidade informática, crimes que terá cometido no exercício das suas funções como magistrado. Segundo o Correio da Manhã, o magistrado terá recebido luvas superiores a um milhão de euros para conduzir ao arquivamento de processos relacionados com altas figuras de Angola, sob o pretexto da "falta de provas". De acordo com a mesma publicação, as suspeitas incidem sobre os mais mediáticos processos que Orlando Figueira investigou sobre Angola, nomeadamente os que visavam o actual vice-presidente Manuel Vicente, Álvaro Sobrinho, antigo-presidente do BES Angola, e o general Bento Kangamba. Orlando Figueira saiu do DCIAP em 2012, com uma licença sem vencimento de longa duração, tendo passado a exercer funções de consultor do BCP.
Mars recolhe chocolates em Portugal. A Mars vai recolher parte das barras de chocolate das marcas Mars e Snickers que se encontram no mercado português, depois de um consumidor alemão ter encontrado um pequeno pedaço de plástico num dos doces. A inclusão de Portugal na recolha europeia destes produtos foi confirmada esta terça-feira ao Negócios por fonte da empresa produtora de chocolates no país, que refere que a medida foi tomada por "precaução". No entanto, a mesma fonte não conseguiu precisar ainda a quantidade em causa nem os lotes abrangidos.
8.500 empresas de construção em risco. O sector da construção alertou para o perigo de desaparecerem 8.500 empresas e 35.000 empregos este ano se nada mudar no investimento público. Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, realçou, no fim de uma reunião com o sindicato da construção civil, que é preciso olhar para a situação "de maneira diferente". O sector lamenta que, dos concursos lançados, apenas metade sejam adjudicados. "Não percebo porque é que são lançadas obras e só se fazem metade. E porque é que se está a perder dinheiro com isso e a criar expectativas. Porque é que não são celebrados os contratos? São todas obras públicas, não faz nenhum sentido que sejam lançados concursos e apenas metade desses sejam entregues", adiantou Reis Campos.
Gates ao lado do FBI contra a Apple. Bill Gates colocou-se ao lado do FBI na disputa pelo acesso aos dados do iPhone usado por um dos autores do tiroteio de San Bernardino, nos EUA O fundador da Microsoft reagiu ao caso entre a Apple e o FBI e, numa entrevista ao Financial Times, diz que as tecnológicas devem ser forçadas a cooperar com a justiça em investigações sobre terrorismo. "Este é um caso específico em que o Governo está a pedir para aceder à informação. Não estão a pedir uma coisa geral, estão a pedir para um caso particular", referiu Bill Gates. A Apple recusa-se a desbloquear o iPhone e já recebeu o apoio de empresas como o Facebook, Google, Twitter e Whatsapp.
QUARTA-FEIRA, 24 FEVEREIRO
Nacionalizar ou não, eis a questão. Vítor Bento voltou esta quarta-feira a defender a nacionalização do Novo Banco, em declarações à TSF. O economista e antigo presidente da instituição defende que a sua passagem para o Estado seria uma forma de Portugal condicionar a seu favor o movimento de consolidação iminente do sector financeiro e evitar o controlo da banca por capitais estrangeiros. Vítor Bento considera ainda que o actual momento é "mau para a venda", numa altura em que os bancos portugueses estão muito desvalorizados. O PCP apresentou um projecto de resolução para a nacionalização do Novo Banco. O PS está disponível para avaliar essa opção, mas quer mais "argumentos", disse o deputado João Galamba. Ainda assim, a venda continua a ser o único cenário em cima da mesa para o Governo. O CDS veio defender, por João Almeida, que a nacionalização do Novo Banco "significará sempre o pior dos cenários". Passos Coelho diz ter dificuldade em perceber eventual nacionalização do Novo Banco. "Acho tudo isso uma tentação de manter o país perto de um abismo de falta de confiança que não se entende", afirmou.
Novo Banco com prejuízo de 980 milhões. As provisões continuam a ser o calcanhar de Aquiles do Novo Banco. O prejuízo de 980,6 milhões de euros em 2015 é justificado com a contabilização de perdas potenciais para crédito a clientes, títulos e imóveis e anulação de prejuízos fiscais no valor de 1.054 milhões de euros. A maior parte deste montante, 739,3 milhões, diz respeito a imparidades na concessão de empréstimos. Tirando este impacto, o resultado operacional do banco foi positivo em 125 milhões de euros. Na conferência de imprensa de apresentação das contas, Stock da Cunha salientou que o legado do BES gerou 78% dos prejuízos. E que "o Novo Banco é o mais capitalizado a seguir ao Santander Totta", com um rácio de solidez de 13,6%. Ficou também a saber-se que o Lloyds, liderado por António Horta Osório, autorizou Stock da Cunha, cuja comissão de serviço termina em Março, a permanecer mais alguns meses à frente do Novo Banco.
Verbas comunitárias para emprego e formação caem para metade. O Governo sustenta que o anterior Executivo "triplicou os gastos" com as políticas de emprego (como os estágios do IEFP) numa altura em que o desemprego recuou, mas não deixou condições de financiamento favoráveis à continuação destes altos níveis de execução. O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, revelou no Parlamento que o novo quadro comunitário - Portugal 2020 - retira 44% das verbas destinadas ao emprego e formação, quando comparado com o QREN. Miguel Cabrita disse ainda que a taxa de sucesso dos estágios do IEFP (ou seja, a empregabilidade) vai ser avaliada.
Protesto contra Uber paralisa táxis no aeroporto. Dezenas de taxistas concentraram-se à porta das chegadas do aeroporto da Portela, em Lisboa, em protesto contra o serviço de transporte privado Uber, não tendo havido, por isso, serviço de táxis no local. Em comunicado, o gabinete do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, diz que "já solicitou informação à Comissão Europeia sobre os desenvolvimentos que estão em curso" para uma regulamentação comum deste tipo de serviço. Fonte oficial da Uber apelou ao "bom senso" nas manifestações e reiterou que o seu serviço e o dos táxis podem coexistir e ambos podem "trabalhar de forma conjunta para dar resposta a esta procura". A Uber garante estar aberta "à discussão com todas as entidades públicas e privadas".
Tesouro reembolsou mais dois mil milhões de euros ao FMI. Portugal fez em Fevereiro o primeiro reembolso antecipado do ano ao FMI. Em causa estiveram dois mil milhões de euros, quase metade da meta para este ano. Com esta operação, o IGCP já devolveu 36% de todo o empréstimo. A informação foi revelada pelo IGCP entre um conjunto de notas aos investidores.
O optimismo do Governo com a execução orçamental. O saldo das Administração Públicas atingiu em Janeiro 872 milhões de euros, uma melhoria de 300 milhões de euros face ao mês homólogo, revela o Ministério das Finanças em comunicado. Apesar de os dados da Direcção-Geral do Orçamento (DGO) se referirem à execução do primeiro mês do ano, quando o Estado ainda vivia em duodécimos e sem orçamento, o ministério de Mário Centeno mostra-se optimista sobre a execução orçamental para o conjunto do ano. "Como habitualmente, a execução orçamental de Janeiro encontra-se influenciada por efeitos intra-anuais, oferecendo ainda assim uma perspectiva favorável quanto à execução do Orçamento do Estado para 2016", lê-se no comunicado. O Ministério das Finanças justifica a melhoria no desempenho orçamental com "o aumento da receita (+5,3%)" e "uma quase estabilização despesa (+0,1%)".
Carlos Tavares conclui reviravolta na Peugeot. O gestor português chegou ao grupo automóvel francês quando este estava ainda a recuperar de uma profunda crise, que o forçou à entrada de capital do Estado e da chinesa Dongfeng em 2012. O plano de reestruturação desenhado por Carlos Tavares contribuiu para que o grupo regressasse em 2015 aos lucros, cerca de 1.200 milhões de euros, depois dos prejuízos de 555 milhões no ano anterior. O grupo atingiu uma margem de rentabilidade de 5% na divisão automóvel, uma meta que estava prevista apenas para o período após 2019. A recuperação da economia europeia e dos preços de venda, aliada ao corte de custos, ajudou a cumprir o objectivo mais cedo. O grupo deverá também voltar a pagar dividendos, relativos ao exercício de 2016. "Estou imensamente satisfeito com este sucesso colectivo. Ele coloca a nossa empresa de novo na corrida e comprova o seu potencial", afirmou Carlos Tavares.
Carlos Moreira da Silva é o dono da opção sobre a Sonae Indústria. Depois de, no dia 22 de Fevereiro passado, a Sonae Indústria ter comunicado que um fundo de Singapura, a Teak Capital, tinha uma opção de compra de 15% da produtora de painéis derivados de madeira, só hoje, 24 de Fevereiro, é que a empresa esclareceu que, afinal, aquele fundo é controlado por um dos seus administradores - Carlos Moreira da Silva, também presidente da BA Vidro. O esclarecimento chegou através de um comunicado enviado à CMVM.
QUINTA-FEIRA, 25 FEVEREIRO
Salgado recusa ser responsável por prejuízos. A defesa de Ricardo Salgado contesta a ideia de que os resultados do Novo Banco, um prejuízo de 980,6 milhões de euros, tenham sido prejudicados pelo legado do Banco Espírito Santo, como argumenta Eduardo Stock da Cunha. "Como é evidente, passado mais de um ano e meio da resolução, o Dr. Ricardo Salgado não pode ser responsabilizado pela gestão do Novo Banco e muito menos pelas consequências da decisão de resolução, que sempre denunciou como um erro", indica um comunicado enviado às redacções.
Novo Banco vai fazer despedimento colectivo. O Novo Banco vai avançar para um despedimento colectivo. Essa foi a mensagem deixada por Eduardo Stock da Cunha junto da comissão de trabalhadores numa reunião esta quinta-feira, 25 de Janeiro. "No seguimento do plano de reestruturação imposto pela União Europeia e que já se encontra em curso, o banco terá que reduzir, em 2016, cerca de 1000 postos de trabalho, sendo suposto que 500 sejam através do recurso a um despedimento colectivo", assinala a comissão de trabalhadores em comunicado, a que o Negócios teve acesso. Para já, a posição da comissão de trabalhadores, liderada por Carlos Gonçalves, é clara: "Informámos que não aceitamos nem pactuamos, de forma alguma, com despedimentos colectivos no nosso banco".
Moody’s valoriza aprovação do OE. A Moody’s vê a aprovação do Orçamento do Estado para 2016 como "positiva para o nível de crédito". Isto porque pressupõe um percurso orçamental mais credível do que a primeira proposta e revela uma real união dos partidos de esquerda. Mas a agência de notação financeira alerta que o crescimento deverá ser inferior ao esperado e, por isso, o défice deverá rondar os 3%. "Acreditamos que o défice orçamental irá acabar por exceder o objectivo do Governo, dadas as nossas previsões de crescimento mais baixas", explica a vice-presidente sénior da agência de "rating", Kathrin Muehlbronner. A Moody’s estima um crescimento do PIB de 1,6%, quando a meta do Executivo é de 1,8%. Desta forma, salienta, "acreditamos que o défice orçamental deverá ficar próximo de 3% do PIB este ano".
Procurador em prisão preventiva. O procurador do Ministério Público, Orlando Figueira, ficará em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, decisão que já foi confirmado pelo Tribunal e pela Procuradoria-Geral da República, que esclarece que Manuel Vicente no foi constituído arguido, no processo Fizz que tem três arguidos (duas pessoas individuais e uma colectiva). A medida de coacção foi determinada depois do interrogatório pela juíza de instrução criminal Maria Antónia Andrade. Orlando Figueira é suspeito de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsidade informática.
Hotéis cheios? Ryanair diz que sim, hoteleiros que não. A Ryanair aconselha os turistas interessados em viajar para Portugal a fazerem as suas reservas até ao final de Fevereiro. Porquê? Há o risco de os hotéis nacionais venderem os últimos quartos disponíveis já em Março. O cenário foi traçado pelo director de marketing da companhia "low cost", Kenny Jacobs. A imprensa internacional pegou no discurso esta quinta-feira, 25 de Fevereiro, e diz mesmo que "Espanha e Portugal estão a vender como bolinhos quentes". Ao Negócios, a presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) descarta este cenário de hotéis cheios. Tendo em conta os dados disponíveis, "não confirmo que Julho e Agosto estejam cheios", explicou Cristina Siza Vieira.
Regulador chumba plano da REN. O regulador para o sector da energia chumbou o plano de investimentos da Rede Eléctrica Nacional REN para a rede nacional de transporte de electricidade (RNT). O parecer para o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Electricidade para o período 2016-2025 (PDIRT) foi revelado esta quinta-feira, 25 de Fevereiro. Segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o montante total de investimento de 1.165 milhões de euros previstos no plano "continua a parecer desajustado face à evolução ocorrida e prevista do consumo e da ponta de utilização da RNT". Simultaneamente, aponta a "excelente qualidade de serviço e a inexistência de constrangimentos estruturais da RNT".
Projecto editorial do Negócios vence concurso da Google. Um projecto editorial do Negócios está entre os seis portugueses que venceram o concurso europeu lançado pela Google para dinamizar projectos inovadores de media digital. Com a Digital News Initiative (DNI) a Google pretende apoiar o sector dos media por via da tecnologia e da inovação. Foi um concurso aberto "a todos os envolvidos na indústria europeia de notícias no ambiente digital – grandes, pequenos, estabelecidos ou estreantes", como explicou a Google. Nesta primeira ronda lançada em Abril, a Google atribuiu 27 milhões de euros de financiamento a 128 projectos candidatos ao DNI e que resultou numa parceria com 11 grupos de media.
Leu-se menos em Portugal. A venda de livros em Portugal caiu em 2015. De acordo com a GfK, que monitoriza a indústria literária em vários países europeus e no Brasil, foram comercializados em Portugal mais de 12,5 milhões de livros no ano passado, um decréscimo de 3% face a 2014. As vendas, a nível nacional, atingiram um total de 147 milhões de euros. De acordo com a análise da GfK, os dois títulos que dominaram o mercado literário a nível mundial foram "As Cinquenta Sombras de Grey", de E.L James, e "A Rapariga no Comboio" de Paula Hawkins.
SEXTA-FEIRA, 26 FEVEREIRO
Bruxelas avisa para riscos de dívida muito elevada. A Comissão Europeia divulgou a análise aprofundada aos desequilíbrios macroeconómicos dos países da União. Sobre Portugal, Bruxelas diz que o país permanece numa situação de risco elevado, num contexto de elevada volatilidade nos mercados financeiro e acentuados desequilíbrios macroeconómicos. E os principais são uma dívida pública e privada que permanecem muito elevadas, a baixa qualificação da mão de obra e as fortes quedas de investimento dos últimos anos. A pesar sobre a economia está também o elevado nível de desemprego de longa duração e uma taxa de pobreza que ainda não recuperou. A Comissão Europeia diz por isso ser urgente relançar o investimento, para o que será importante melhorar a justiça, os procedimentos administrativos e garantir estabilidade fiscal.
Petróleo dispara, mas combustíveis ficam-se. O petróleo esteve esta semana sem forte alta, chegando a registar um ganho de 14% no saldo das cinco sessões em Nova Iorque, na maior subida desde 2009. Em Londres a valorização foi mais modesta, a rondar os 9%, a maior desde Janeiro. A semana foi marcada pelas negociações, por ora inconclusivas, para congelar a produção entre membros da OPEP e a Rússia. Apesar da valorização, os portugueses não vão ter de pagar mais para abastecer na próxima semana.
Ainda os despedimentos e a nacionalização do Novo Banco. O PS vai chamar o presidente do Novo Banco ao Parlamento. Os socialistas querem confrontar Eduardo Stock da Cunha com os despedimentos anunciados na instituição, e querem ter documentos que avaliem a necessidade de corte de pessoal, que prevê a saída de até mil trabalhadores. O PS convoca também a administração e a comissão de trabalhadores para falarem sobre o despedimento colectivo. O Novo Banco foi também tema no XIII Congresso da CGTP. No discurso de abertura, Arménio Carlos apelou à nacionalização do Novo Banco, argumentando que "não é aceitável" que os trabalhadores paguem a "má gestão" e a "trafulhice" na instituição. Manuela Ferreira Leite considera que há ainda tempo para vender o banco, mas que a sua manutenção na esfera pública é algo que deve ser ponderado, até pelos movimentos de consolidação que estão em curso na Europa. Mas há tempo para fazer essa análise.
Wolfgang Schäuble vê "zombies" na economia. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, manifestou-se contra a aprovação pelo G20 de um novo pacote de medidas de estímulo à economia internacional e apontou as medidas expansionistas dos últimos anos como podendo estar a originar uma nova crise económica e financeira."O modelo de crescimento baseado na dívida atingiu os seus limites. Está mesmo a causar novos problemas, aumentando o endividamento, gerando bolhas e riscos excessivos, tornando a economia 'zombie'", afirmou Schäuble na madrugada desta sexta-feira, 26 de Fevereiro na reunião de banqueiros centrais e ministros das Finanças das 20 maiores economias do mundo, em Xangai, China. Disse também que o espaço para a política monetária está esgotado.
Os recados do Governo e de Carlos Moedas sobre o Plano Juncker. O comissário português esteve esta sexta-feira em Lisboa a participar numa conferência sobre o Fundo Europeu para os Investimentos Estratégicos, conhecido como Plano Juncker. Face ao fraco volume de candidaturas de Portugal, Carlos Moedas exortou as empresas a organizarem-se para esse propósito. "Portugal ainda não tem projectos dos chamados de grande escala. E quero perguntar ao meu amigo António Saraiva: como é que os privados se vão organizar?", questionou, dirigindo-se ao líder da confederação patronal CIP. "Isto implica uma coordenação, estamos a falar de projectos de 25 milhões de euros". O Governo também tinha recados para passar. O ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, que também participou na conferência, pediu mais flexibilidade nas regras do Fundo. E anunciou que o Governo pretende aproveitar o Plano Juncker para modernizar a linha de Cascais.
Gianni Infantino é o novo presidente da FIFA. Gianni Infantino, 46 anos de idade, é o novo presidente da FIFA, o organismo responsável pela gestão do futebol mundial. O ítalo-suíço venceu as eleições à segunda volta, tendo recolhido 115 votos das 207 associações nacionais de futebol com direito de voto no Congresso da FIFA que decorreu esta sexta-feira, 26 de Fevereiro, em Zurique. Aos 46 anos, o actual secretário-geral da UEFA é um dos nomes mais influentes no mundo do futebol e beneficia do facto de ser fluente em várias línguas. Infantino apresentou a sua candidatura à última hora, já depois de Michel Platini ter sido banido e a sua candidatura suspensa, sendo considerado um homem próximo do antigo presidente da UEFA.