As urnas já fecharam na Catalunha, onde 5,4 milhões de pessoas foram chamadas a votar para escolherem os 135 deputados ao Parlamento.

De acordo com a sondagem da TV3, o partido Convergència i Unió (CiU), do actual presidente do governo regional catalão, Artus Mas, terá voltado a vencer as eleições. Contudo, contará com menos deputados. Com efeito, a sondagem aponta para que a CiU tenha eleito 54 a 57 deputados, contra 62 eleitos em 2010, o que corresponderá a uma perda de cinco a oito assentos.

Se assim for, este resultado distancia-se bastante da maioria absoluta desejada por Mas – que pretende levar o país a referendar a independência da região. Para atingir a maioria absoluta, a CiU precisava de 68 mandatos.

De acordo com a mesma sondagem, divulgada pelo “El Mundo”, a ERC será a segunda maior força política, duplicando os seus deputados (que deverão garantir 20 a 23 assentos, contra 10 actualmente). Já o PSC baixará para 16-18 parlamentares e o PP manter-se-á com um resultado similar ao de 2010: entre 16 e 18 deputados.

É o Parlamento da Catalunha que elegerá o novo presidente do governo regional. Artur Mas tem apostado numa reeleição para poder avançar com uma consulta popular sobre a independência da comunidade autónoma. Contudo, o plano de soberania visado por Artur Mas não conseguiu o apoio esperado, sublinha o “El País”. Segundo o mesmo jornal, Mas será reeleito, mas como não obterá a tal “maioria excepcional” que pretendia, só deverá poder lançar o processo de independência se for apoiado pelo ERC.

Recorde-se que Mas entrou em rota de colisão com Rajoy depois de o governo central ter rejeitado um “pacto orçamental” para a Catalunha. A ideia de Artur Mas era que a Catalunha ficasse com o mesmo financiamento central que foi atribuído às comunidades do País Basco ou de Navarra. Perante a negativa de Rajoy, foram convocadas eleições antecipadas.

Estas foram as eleições catalãs com maior participação desde 1988. Foram as décimas eleições da região, tendo a CiU ganho sete delas.