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Caso Tancos: Azeredo teve "exercício perverso" de funções públicas

O polémico roubo de armas deve rebentar em plena campanha eleitoral, com o ex- ministro da Defesa prestes a ser acusado de participação ativa na recuperação encenada do material, para benefício do Governo socialista.

23 de Setembro de 2019 às 09:33
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A acusação do caso Tancos, relativo ao furto de material de guerra na região da Chamusca, deve ser divulgada ainda esta semana, em plena campanha eleitoral para as legislativas de 6 de outubro. O Ministério Público (MP) alega o "exercício perverso de funções públicas" por parte de Azeredo Lopes.

 

Segundo noticia a Renascença esta segunda-feira, 23 de setembro, a acusação está pronta e o ex-ministro da Defesa, que se demitiu na sequência das suspeitas dos crimes de denegação de justiça e prevaricação e abuso de poder, prepara-se para ser acusado de participação ativa na encenação montada pela Polícia Judiciária Militar (PJM) para a recuperação das armas roubadas.

 

A tese do MP é que o ex-membro do Executivo socialista aproveitou a situação para benefício político próprio e do Governo em geral. Com a popularidade em baixa, o anúncio da recuperação das armas que tinham sido roubadas em junho de 2017 acabou por acontecer a 18 de outubro, três dias depois da vaga de incêndios mortais na zona Centro do país. Ainda há dois meses, António Costa reiterou a "total confiança"em Azeredo Lopes.

        

O processo-crime sobre Tancos tem na base suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento. A 25 de setembro de 2018, a PJ deteve nove pessoas, das quais oito militares do exército e da GNR. Entre suspeitos do furto e do "encobrimento", o caso tem 25 arguidos. 

 

Azeredo Lopes ficou proibido pelo juiz de instrução de contactar com os restantes arguidos do processo e também com o seu antigo chefe de gabinete, general Martins Pereira, com o ex-chefe de Estado Maior do Exército (CEME) general Rovisco Duarte e ainda com o ex-chefe de gabinete do CEME.

 

Em junho, citando o despacho de apresentação do ex-governante ao juiz de instrução, a Sábado revelou que os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sustentam que, em agosto de 2017, dois meses antes do "achamento", Azeredo teve uma reunião no Ministério com o ex-diretor da PJM, Luís Vieira, na qual foi informado – e deu o aval – do plano para a recuperação do material.

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