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Ex-ministro Azeredo Lopes constituído arguido no caso de Tancos

Em causa está o crime de denegação de justiça e de prevaricação no chamado caso do ‘achamento’ das armas.

Lusa
05 de Julho de 2019 às 00:42
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O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi constituído arguido no processo do roubo das armas de Tancos, avançou a TVI24.

Em causa está o crime de denegação de justiça e de prevaricação no chamado caso do ‘achamento’ das armas roubadas dos paióis de Tancos.

Azeredo Lopes demitiu-se do cargo a 12 de outubro de 2018, depois de o então diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) ter garantido que o ministro tinha tido conhecimento da encenação do aparecimento das armas.

 

"Azeredo sempre negou ter sido informado, mas politicamente acabou por cair – e o Ministério Público entende que cometeu o crime de denegação de justiça, ou seja, que o antigo ministro da Defesa terá de alguma forma interferido no natural curso do processo de investigação, tendo Azeredo Lopes sido hoje pre presente ao juiz na qualidade de arguido não detido", adianta a TVI.

Entretanto, o ex-ministro confirmou que foi constituído arguido no processo sobre o furto de Tancos, considerando que esta condição, apesar de garantir mais direitos processuais, é "socialmente destruidora".

"Comunico que fui ontem (quinta-feira) constituído arguido no processo relativo ao chamado 'caso Tancos'. Esta condição, se é verdade que me garante mais direitos processuais, é absolutamente inexplicável tendo em conta os factos relativos ao meu envolvimento do processo, que foi apenas de tutela política", refere Azeredo Lopes em comunicado enviado à agência Lusa.

 

O ex-ministro da Defesa frisa que está "convicto" de que vai ser "absolutamente ilibado de quaisquer responsabilidades neste processo". "Confio na Justiça, com ela colaborarei, como é meu dever, e estou convicto, porque nada fiz de ilegal ou incorreto, que serei completa e absolutamente ilibado de quaisquer responsabilidades neste processo", acrescenta o documento.

Ainda assim, Azeredo Lopes lamenta ter sido constituído arguido no processo, considerando que este facto vai ter implicações. "Não escondo que esta situação me desgosta e constrange, pois a condição de arguido, sendo juridicamente garantística dos meus direitos, é socialmente destruidora. Sou um empenhado defensor do Estado de Direito, pelo que não tecerei quaisquer considerações sobre o processo enquanto estiver em segredo de justiça, como é o caso", concluiu o documento.

O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e, quatro meses depois, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições. 

O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial em que foram detidos o agora ex-diretor da PJM.

(notícia atualizada às 02:09 com o comunicado à Lusa)

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