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Marcelo tenta evitar fecho da Cornucópia

O Presidente da República está a mediar contactos entre o Ministério da Cultura e a gestão do teatro. O Governo diz que as conversações continuam.

Miguel Baltazar
17 de Dezembro de 2016 às 18:00
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, serviu este sábado, 17 de Dezembro, de mediador numa conversa entre o fundador e director do Teatro da Cornucópia, Luís Miguel Cintra, e o ministro da Cultura para evitar o fim desta companhia.

Esta conversa, que em que também participou a codiretora deste teatro, Cristina Reis, decorreu no palco da Cornucópia, e não teve um desfecho claro, mas terminou com o ministro Luís Castro Mendes a afirmar que "as conversações estão em curso, e continuam em curso".

O ministro da Cultura considerou que o Teatro da Cornucópia tem uma história extraordinária e "uma situação especial" e afirmou que, se a companhia decide que quer sobreviver, o Governo está disposto a conversar.

"A companhia anunciou que queria encerrar. A partir do momento em que decide sobreviver, vamos conversar", declarou Luís Filipe Castro Mendes aos jornalistas, com o Presidente da República ao seu lado, no palco do Teatro da Cornucópia, em Lisboa, depois de os dois terem estado à conversa com a direção desta companhia.

O ministro da Cultura não quis falar de "excecionalidade em termos jurídicos", argumentando que isso "pode prestar-se a interpretações quanto à constitucionalidade", mas disse que se tem "estado sempre a falar na base da situação especial, que é uma situação, de facto, da Cornucópia".

"Não há excecionalidade. Há decisões que se tomam, face ao quadro orçamental que se tem, e face às necessidades. Evidentemente que a Cornucópia tem um peso institucional, um peso cultural, uma história, uma memória extraordinários, excecionais", declarou.

O ministro da Cultura cancelou uma iniciativa em Castelo Branco para se juntar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que decidiu ir ao Teatro da Cornucópia no dia para o qual estava anunciado o seu encerramento.

Os dois acabaram por ter uma conversa de 20 minutos com os diretores deste teatro, Luís Miguel Cintra e Cristina Reis, registada pela comunicação social, que terminou sem desfecho claro.

No final dessa conversa, em declarações aos jornalistas, o ministro da Cultura disse que "a companhia anunciou o seu fim", mas que "as conversações estão a decorrer, estavam a decorrer e continuam a decorrer, e vão continuar a decorrer".

Luís Castro Mendes referiu "há uma dotação para 2017 que é igual à dotação que tiveram em 2016", e que a renda do teatro "também está garantida até ao fim de 2017".

O ministro repetiu que "as conversas" entre o Ministério da Cultura e a Cornucópia "estão a decorrer há bastante tempo, e continuam a decorrer e nunca foram interrompidas".

Marcelo Rebelo de Sousa, que estava ao seu lado, ressalvou que "o Presidente da República não tem funções executivas" e disse ter informado o ministro que ia deslocar-se ao Teatro da Cornucópia, "por uma questão de gentileza institucional", como faz por regra, congratulando-se por também ele ter decidido comparecer.

"É importante este diálogo institucional entre Presidente e Governo. Cada um está na sua esfera de atividade. Mas, do mesmo modo que o Governo não toma nenhuma iniciativa que possa entrar na competência do Presidente ou envolver o Presidente sem lhe dar uma palavra - o senhor primeiro-ministro, ou, com autorização dele, o ministro - também o Presidente faz o mesmo com o Governo", declarou.

Por sua vez, o ministro da Cultura assinalou que consultou o primeiro-ministro, António Costa, com quem era suposto estar numa iniciativa em Castelo Branco. "E o senhor primeiro-ministro foi a primeira pessoa que me disse: 'é muito mais importante neste momento estar o ministro da Cultura no Teatro da Cornucópia'", relatou.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou esta companhia teatral dizendo que aquilo que se lhe deve "não tem medida", e defendeu que o importante agora é "continuar conversas que estão em curso, envolvendo a Cornucópia, o ministério e a Câmara de Lisboa, já agora também".

O chefe de Estado apelou a que se veja "até que ponto é possível um cenário de, não apenas ter um património que se preserva, um espaço que pode ser repensado na sua utilização, mas uma atividade que nos termos anteriores ou noutros termos se admite poder eventualmente continuar".

"E é esse diálogo que aqui foi feito, que já estava a ser feito e que vai continuar. Eu acho isso muito útil", considerou.

(Notícia actualizada às 19:36 com mais informação)

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