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Vacina da Pfizer previne 90% das infeções por covid-19

Um estudo de larga escala à vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech mostra resultados positivos e poderá abrir caminho a que a vacina chegue ao mercado antes do final do ano.

Reuters
09 de Novembro de 2020 às 11:58
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A Pfizer anunciou esta segunda-feira que a vacina que está a desenvolver com a BioNTech previne 90% das infeções pelo novo coronavírus, um resultado encorajador na luta contra a covid-19, doença que já vitimou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em comunicado, a farmacêutica norte-americana diz que estas conclusões surgem após um estudo de larga escala à sua vacina e que foi conduzido junto de dezenas de milhares de voluntários.

Os resultados preliminares do estudo poderão permitir que a vacina esteja disponível em finais de 2020. Isto porque em virtude destes resultados positivos, e mediante investigação adicional quanto à segurança da injeção, as empresas envolvidas no desenvolvimento da vacina podem requerer uma autorização junto dos reguladores para a utilização com caráter de emergência da vacina. 


De acordo com a Bloomberg, as conclusões retiradas baseiam-se numa análise intercalar realizada após 94 participantes no estudo terem contraído covid-19. O processo experimental prosseguirá até que sejam detetados 164 casos de infeção.


"Esta é uma das melhoras notícias que poderia haver para o mundo, para os Estados Unidos e para a saúde pública", declarou o vice-presidente para a investigação e desenvolvimento clínico de vacinas da Pfizer, William Gruber, para quem os resultados agora obtidos superaram as melhores expetativas da farmacêutica. É que a eficácia antecipada para estas primeiras vacinas estava situada num intervalo de 60% a 70%, pelo que uma efetividade superior a 90% é considerado "extraordinário" por Ugur Sahin, CEO da BioNTech.

Em entrevista citada pela Bloomberg, Ugur Sahin mostra satisfação por estes testes mostrarem que "a covid-19 pode ser controlada".

É preciso saber mais sobre eficácia em subgrupos
Apesar do sucesso alcançado, a agência noticiosa sublinha que os dados conhecidos são ainda limitados, até porque são escassos os detalhes conhecidos publicamente quanto à eficácia da vacina. É ainda necessário conhecer com maior profundidade como funciona a vacina em grupos específicos tais como a população mais idosa. Por outro lado, não se sabe também como é que a vacina funciona em casos severos de covid-19, já que nenhum dos participantes no estudo teve um caso mais grave.

Estes primeiros resultados decorrentes de um estudo de larga escala sobre a eficácia da vacina garante boas perspetivas sobre o desenvolvimento de outras vacinas experimentais que recorrem a tecnologia similar, como é exemplo a vacina que está a ser desenvolvida pela Moderna, cuja experiência de larga escala poderá gerar resultados sobre a eficácia e a segurança da vacina dentro de apenas algumas semanas.

Ou seja, refere a agência noticiosa, poderão haver nos EUA duas vacinas no mercado mais ou menos por altura de finais de 2020.

Não se sabe ainda quanto tempo de proteção assegura a vacina
A Pfizer espera agora que os novos dados do estudo mostrem que a vacina é segura dois meses após a sua utilização, uma métrica indispensável para que os reguladores norte-americanos concedam uma autorização de emergência ainda durante a terceira semana do presente mês de novembro. Se os resultados forem positivos, a Pfizer poderá requerer autorização nos EUA ainda este mês, isto numa altura em que a avaliação contínua à vacina já teve início na Europa, em outubro. 

O CEO da BioNTech nota que a farmacêutica está a trabalhar com os reguladores europeus para "acelerar o processo" e garantiu que até ao momento os dados recolhidos não apontam para preocupações relevantes.

A Pfizer e a BioNTech estão assim ainda mais próximas de assegurar a primeira vacina contra a covid-19, sendo que ambas as empresas assinaram já diversos contratos com vários países com vista à distribuição de milhares de doses - a Comissão Europeia já reservou 200 mil doses da vacina BioNtech-Pfizer. As farmacêuticas acreditam que até ao final de 2021 terão capacidade para produzir 1,3 mil milhões de doses suficientes para vacinar 650 milhões de pessoas. Ainda em 2020 esperam dispor de apenas 50 milhões de doses.

Note-se que os testes conduzidos assentam em duas doses da vacina e que o ensaio começou em julho, sendo que a maior parte dos participantes apenas recebeu a segunda dose muito recentemente, razão pela qual nesta altura se desconhece durante quanto tempo a vacina ssegura proteção. 

Pfizer, BioNTech e bolsas disparam
Os futuros das cotadas negociados em Wall Street esta segunda-feira permitiram já à Pfizer somar cerca de 13% e à filial americana da BioNTech ganhar em torno de 11%. E se as bolsas europeias já negociavam em forte alta antes desta notícia, dispararam depois de a Pfizer ter anunciado que a sua vacina contra a covid-19 tem uma elevada eficácia.

O índice de referência europeu Stoxx600 dispara 5,1%, o que representa a valorização mais acentuada desde março, altura em que os mercados registaram fortes oscilações devido à pandemia. Vários índices nacionais registam subidas ainda mais fortes, com destaque para o espanhol Ibex a subir mais de 8% e o alemão DAX a ganhar mais de 6%. Em Lisboa o PSI-20 valoriza 4,47%.

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