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Ministra da Saúde admite confinamento até meados de março

"É bastante evidente que o atual confinamento tem que ser prolongado por mais tempo e, desde já durante o mês de fevereiro, e depois sujeito a uma avaliação, mas provavelmente por um período que os peritos hoje estimaram como 60 dias a contar do seu início", afirmou Marta Temido.

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Negócios 09 de Fevereiro de 2021 às 14:24
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Portugal deverá continuar com o nível de confinamento atual até meados de março, afirmou hoje a ministra da Saúde, indicando que o país continua com uma "incidência extremamente elevada" de novos casos de contágio pelo novo coronavírus.

"É bastante evidente que o atual confinamento tem que ser prolongado por mais tempo, desde já durante o mês de fevereiro, e depois sujeito a uma avaliação, mas provavelmente por um período que os peritos hoje estimaram em 60 dias a contar do seu início", afirmou Marta Temido, após uma reunião virtual com especialistas no Infarmed, em Lisboa.

O patamar a atingir é ter "uma ocupação de unidades de cuidados intensivos abaixo das 200 camas e uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes", declarou.

Questionada sobre eventuais alterações ao modelo de confinamento e levantamento gradual de restrições, afirmou que "terá que ser dirigida para um momento posterior", remetendo para as resoluções do conselho de ministros e os decretos do Presidente da República.

Marta Temido indicou que foi pedido aos peritos que cheguem a um consenso sobre "um critério base para reavaliar decisões de alargamento das medidas", reconhecendo que quanto a números de incidência, risco de transmissão e outros indicadores, "os peritos se têm pronunciado em sentidos nem sempre coincidentes".

"São matérias a que vamos voltar mais tarde", referiu.

Os números de novos casos diários têm "tendência para decrescer", mas "nada está adquirido", salientou Marta Temido, acrescentando que "quanto maior o confinamento, mais rápida será a redução do risco efetivo de transmissão".

O confinamento decretado em 15 de janeiro marcou o início do decréscimo do número de novos casos, "mais acentuado" a partir do agravamento das medidas e o fecho das escolas, no dia 21 de janeiro.

Embora "mais atrasada", verificou-se também a partir desse momento uma redução gradual do número de internamentos e de mortes atribuídas à covid-19.

A ministra da Saúde referiu ainda que o confinamento teve impacto nas estimativas que o Instituto nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge fez sobre a possibilidade de, nesta altura, a variante mais contagiosa do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido atingir 60 por cento de prevalência, indicando que se conseguiu "reduzir a sua predominância".

Marta Temido indicou que o seu ministério já pediu à Direção-geral da Saúde que reavalie os critérios para testagem de contactos com pessoas infetadas no sentido de qualquer contacto, independentemente do risco, poder ter acesso a um teste.

Em relação à vacinação, cuja primeira fase vai ser prolongada para abril, assumiu "dificuldades e constrangimentos".

"Todos sabemos que o número de vacinas contratadas pela Comissão [Europeia] é superior àquele que nos está a chegar", referiu, afirmando que Portugal, na presidência da União Europeia, dará "apoio à comissão para que os contratos realizados sejam cumpridos e as quantidades contratadas venham a ser entregues o mais brevemente possível".

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