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Variante britânica perde força em Portugal mas epidemiologista avisa sobre as outras estirpes

Foram detetados dois casos da estirpe da África do Sul em Portugal. A variante da Califórnia também já está espalhada por 32 concelhos, adiantou especialista na reunião desta terça-feira no Infarmed.

Reuters
09 de Fevereiro de 2021 às 11:40
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A variante britânica do vírus que causa a infeção por SARS-CoV-2 parece estar a perder força em Portugal, tendo a sua prevalência evoluído em janeiro abaixo das estimativas traçadas em dezembro. Ainda assim, existem mutações comuns às variantes da África do Sul e Brasil que implicam atenção redobrada.

Segundo o que disse hoje o epidemiologista do Instituto Ricardo Jorge, João Paulo Gomes, na reunião do Infarmed, a variante britânica cresceu apenas 19% em janeiro, o que fica bastante aquém de taxas de crescimento anteriormente registadas na ordem dos 90%, durante o mês de dezembro. Os dados apresentados levaram o epidemiologista a considerar que "a situação atual é melhor do que a prevista".

A apresentação, que se focou sobretudo nas várias variantes do coronavírus já detetadas, deixou também saber que 6,8% dos casos detetados em Portugal durante a segunda semana de janeiro foram causados pela variante da Califórnia, que foi detetada já em 32 concelhos. Esta é uma estirpe particularmente preocupante porque, segundo o especialista, "altera o domínio de ligação às células" e "pode alterar o reconhecimento por anticorpo", o que significa uma dificuldade acrescida na eliminação do vírus pelo corpo e que pode dificultar a imunização por vacina.

Quanto às outras duas variantes já conhecidas, o perito alerta para uma mutação comum à variante africana e brasileira, a 501y, que pode piorar a condição clínica dos infetados já que é capaz de "desligar anticorpos". Ainda assim, os casos destas variantes identificados em Portugal são residuais.

Em Portugal registaram-se já dois casos da variante da África do Sul que foram diretamente associados a viagens e que estão contidos.

João Paulo Gomes explicou ainda que o rastreamento das várias variantes é feito em parceria com um laboratório de testagem com presença nacional que realizou cerca de 200 mil testes diagnósticos que permitem diferenciar entre as várias estirpes. Desses, 40 mil diagnósticos foram positivos e 9 mil acusaram a variante britânica. É com base nestes números que se elaboram as estimativas de prevalência da estirpe em todo o país.
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