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Arranca hoje a quarentena no Reino Unido sob críticas e ameaças das companhias aéreas

Os viajantes que entrem no Reino Unido terão de cumprir uma quarentena de 14 dias, uma medida que as companhias aéreas ameaçam contestar na justiça.

Reuters
08 de Junho de 2020 às 11:26
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A partir desta segunda-feira, 8 de junho, os viajantes que cheguem ao Reino Unido terão de completar uma quarentena obrigatória de 14 dias, uma medida imposta pelo Executivo de Boris Johnson para tentar evitar uma segunda vaga de infeções por covid-19.

A decisão, porém, está a ser alvo de fortes críticas das companhias aéreas, que a descrevem como "injusta" e "desproporcional", já que ameaça afastar os viajantes numa altura em que as empresas já enfrentam sérias dificuldades económicas.

Nesse sentido, as companhias ameaçam avançar contra a quarentena na justiça, e já deram o primeiro passo enviando uma carta ao primeiro-ministro Boris Johnson que expõe a sua posição.

"A carta do protocolo de pré-ação enviada na sexta-feira foi assinada pela British Airways, EasyJet e Ryanair. Estas medidas são desproporcionais e injustas para os cidadãos britânicos e para os visitantes internacionais que chegam ao Reino Unido", disse um porta-voz das três companhias aéreas em comunicado, no domingo.

"Desafiamos o governo do Reino Unido em várias medidas defeituosas", acrescentou o porta-voz, argumentando que a quarentena é "mais rigorosa do que as diretrizes aplicadas às pessoas que têm realmente a covid-19".

Na prática, os viajantes que cheguem ao país – seja de avião, barco ou comboio – terão de preencher um formulário antes da entrada com a morada onde cumprirão a quarentena nos 14 dias seguintes. Caso não o façam, ou nem prestem informação correta ficam sujeitos a uma coima que pode chegar às mil libras (cerca de 1.270 euros).

Esta regra tem, contudo, algumas exceções, como é o caso dos trabalhadores que vivem noutro país mas que se deslocam para o Reino Unido pelo menos uma vez por semana, e das pessoas que vivem no Reino Unido mas que trabalham noutro país.

"Pedimos ao governo do Reino Unido que acabe com esta quarentena ineficaz dos viajantes, que terá um efeito devastador na indústria do turismo do Reino Unido e destruirá (ainda mais) empregos nesta crise sem precedentes", referiu o porta-voz.

Segundo a British Airways, a quarentena obrigatória vai impossibilitar os planos da companhia de retomar cerca de 40% dos seus voos em julho e forçá-la a perdas de 20 milhões de libras por dia.

Já o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, avisou esta segunda-feira que a quarentena vai afastar os viajantes do Reino Unido, pondo em risco toda a indústria do turismo.

Da mesma forma, o CEO do aeroporto de Heathrow alertou hoje que a medida deverá obrigar ao corte de um terço dos cerca de 7 mil funcionários da empresa.

Desde o início do ano, as ações da IAG já caíram cerca de 48%, enquanto as da Ryanair perderam 10% e as da Easyjet 37%.

 

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