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Tarifas não assustam. Empresas antecipam aumento de 4,6% nas exportações de bens deste ano

Ameaça de tarifas por parte dos Estados Unidos e risco de uma maior fragmentação do comércio internacional não assustam empresas exportadoras em Portugal. Previsão aponta para subidas, sobretudo no que toca às exportações de material de transporte e acessórios.

DR
28 de Janeiro de 2025 às 11:17
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As empresas estão a antecipar um aumento nominal de 4,6% nas exportações de bens deste ano, segundo os resultados do inquérito sobre as perspetivas de exportações divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. A confirmar-se essa previsão, as exportações deverão manter a trajetória ascendente, apesar de uma maior incerteza no quadro internacional.

"As empresas exportadoras nacionais perspetivam um aumento nominal de 4,6% das suas exportações de bens em 2025, seguindo a trajetória de acréscimo observada nos dados do comércio internacional de bens no período acumulado de janeiro a novembro de 2024, em que as exportações cresceram 3,0%", revela o INE.

A expectativa de um aumento nas exportações surge apesar da ameaça dos Estados Unidos em avançarem com tarifas sobre as importações da União Europeia (UE), tornando as exportações europeias menos competitivas no mercado norte-americano, que é um dos principais destinos das exportações da UE. No caso de Portugal, os Estados Unidos são o quarto maior destino das exportações e o maior extra-UE.

O inquérito, realizado em novembro junto de 3.068 empresas exportadoras nacionais, revela que a maior subida é esperada nas exportações de material de transporte e acessórios (7,2%). Seguem-se as exportações de fornecimentos industriais não especificados noutra categoria, com um aumento previsto de 6,9%.

Os resultados revelam que não há diferenças significativas em função da dimensão das empresas inquiridas. As empresas de média dimensão antecipam um crescimento de 3,9% nas exportações de bens, enquanto as empresas de maior dimensão preveem uma subida de 3,4% e as pequenas de 3,3%. Mas, em termos de idade das empresas, as empresas jovens antecipam uma ligeira diminuição (-0,4%) em 2025, ao passo que as empresas adultas e seniores apontam para aumentos de 2,6% e 4% respetivamente.

As empresas pertencente a grupos domésticos perspetivam um aumento de 5,5% e as empresas de grupos multinacionais apontam para aumentos de 4,2%, nos casos de empresas integradas em grupos multinacionais domésticos, e de 2,5%, no caso de empresas de grupos multinacionais estrangeiros.

Já as empresas em setores de alta e média alta tecnologia preveem um aumento de 3,8%, acima das empresas com baixa e média baixa tecnologia (3,4%). As empresas que desenvolvem atividades de inovação e que têm mais potencial de diferenciação nos mercados internacionais são, no entanto, as que perspetivam aumentos mais significativos nas exportações em 2025: 11,2% face a 3,2% nas empresas não inovadoras. 

O INE adverte que, por se basearem em perspetivas de crescimento, estes resultados "devem ser encarados como indicando tendências condicionadas pela informação disponibilizada pelas empresas no período de resposta". "Assim, as perspetivas das empresas quanto às suas exportações de bens para 2025 poderão também refletir, em elevado grau, a incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional", refere.

(notícia atualizada às 11:49)

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