Notícia
Situação financeira de quase 30% das famílias piorou com a pandemia
Apenas 3% dos agregados viram a sua situação financeira melhorar durante o ano passado. A esmagadora maioria manteve um nível semelhante ao do pré-pandemia. Jovens foram dos mais afetados pela crise sanitária.
Cerca de 30% das famílias portugueses dizem que a pandemia piorou a sua situação financeira ao longo de 2020, mas a esmagadora maioria refere que se manteve semelhante ao pré-pandemia, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta quarta-feira, 15 de dezembro.
"De acordo com os resultados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) 2020, realizado entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, 69% das famílias em Portugal consideraram que a sua situação financeira era semelhante à anterior à pandemia, 28% consideraram que piorou (para 24% piorou, mas ainda assim conseguiam pagar as despesas apenas com o rendimento) e 3% consideraram que melhorou", refere a nota do INE. Ou seja, houve uma pequena fração que conseguiu algum tipo de melhoria.
O ISFF pretende avaliar a situação das famílias financeira portuguesas (que inclui todos os bens como casa, carros, depósitos, joias e outros ativos financeiros e não financeiros), sendo desenvolvido a nível europeu e coordenado em Portugal pelo INE e pelo Banco de Portugal.
De acordo com os dados apurados através dos inquéritos feitos já na fase da covid-19, a "pandemia afetou principalmente a situação financeira das famílias em que os indivíduos estavam em idade ativa e, em especial, as famílias mais jovens", refere o INE, confirmando os dados das estatísticas oficiais que foram sendo divulgados no último ano e meio. Os resultados finais do inquérito serão divulgados no próximo ano.
Os resultados do inquérito revelam que "nas famílias em que o indivíduo de referência (que na maior parte das famílias é o indivíduo com maior rendimento) tinha menos de 35 anos, 41% declararam uma deterioração da situação financeira, enquanto nos grupos etários dos 65 aos 74 anos e de 75 ou mais anos esta percentagem foi 20% e 13%, respetivamente".
Por níveis de escolaridade, os dados referem uma "deterioração da situação financeira mais frequente nas famílias em que o indivíduo de referência tinha um nível de escolaridade inferior ao ensino superior (28% e 32% nos níveis de escolaridade até ao 3.º ciclo do ensino básico e secundário, respetivamente, que comparam com 23% no ensino superior).
Também os agregados com filhos sofreram um maior impacto da pandemia do que no caso das famílias constituídas apenas por adultos. "Cerca de 38% indicaram uma deterioração da situação financeira, o que compara com 18% e 26% nas famílias só com um adulto ou com vários adultos, mas sem crianças", refere a nota conjunto do INE e do Banco de Portugal.
As famílias com rendimentos intermédios - grosso modo a classe média - foram as que sentiram um impacto negativo mais forte. "Por classes de rendimento, a deterioração da situação financeira foi mais frequente nas famílias com rendimentos intermédios do que nas famílias com rendimentos mais baixos ou mais elevados (ou seja, do primeiro ou do último quintil, respetivamente)", lê-se na nota.
Mas foram as famílias de baixos rendimentos cuja situação se deteriorou que sentiram maiores dificuldades em pagar despesas apenas com o rendimento. "Nos dois primeiros quintis de rendimento, a percentagem de famílias com uma
deterioração da situação financeira e que não conseguiam pagar as despesas apenas com o rendimento (6%) foi mais elevada do que nas restantes classes de rendimento."
Por outro lado, "a percentagem de famílias com uma melhoria da situação financeira em consequência da pandemia foi mais elevada no último quintil de rendimento (6%)", sendo que "o impacto da pandemia na situação financeira das famílias não foi muito diferenciado entre famílias com diferentes níveis de riqueza."
"A percentagem de famílias com uma deterioração da situação financeira foi ligeiramente mais elevada no primeiro quintil de riqueza (31%), no qual foram também mais as famílias que indicaram não ter capacidade para pagar as despesas apenas com o rendimento (6%)", indicam as primeiras conclusões do inquérito.
(Notícia atualizada às 11h50)
"De acordo com os resultados do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF) 2020, realizado entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, 69% das famílias em Portugal consideraram que a sua situação financeira era semelhante à anterior à pandemia, 28% consideraram que piorou (para 24% piorou, mas ainda assim conseguiam pagar as despesas apenas com o rendimento) e 3% consideraram que melhorou", refere a nota do INE. Ou seja, houve uma pequena fração que conseguiu algum tipo de melhoria.
De acordo com os dados apurados através dos inquéritos feitos já na fase da covid-19, a "pandemia afetou principalmente a situação financeira das famílias em que os indivíduos estavam em idade ativa e, em especial, as famílias mais jovens", refere o INE, confirmando os dados das estatísticas oficiais que foram sendo divulgados no último ano e meio. Os resultados finais do inquérito serão divulgados no próximo ano.
Os resultados do inquérito revelam que "nas famílias em que o indivíduo de referência (que na maior parte das famílias é o indivíduo com maior rendimento) tinha menos de 35 anos, 41% declararam uma deterioração da situação financeira, enquanto nos grupos etários dos 65 aos 74 anos e de 75 ou mais anos esta percentagem foi 20% e 13%, respetivamente".
Por níveis de escolaridade, os dados referem uma "deterioração da situação financeira mais frequente nas famílias em que o indivíduo de referência tinha um nível de escolaridade inferior ao ensino superior (28% e 32% nos níveis de escolaridade até ao 3.º ciclo do ensino básico e secundário, respetivamente, que comparam com 23% no ensino superior).
Também os agregados com filhos sofreram um maior impacto da pandemia do que no caso das famílias constituídas apenas por adultos. "Cerca de 38% indicaram uma deterioração da situação financeira, o que compara com 18% e 26% nas famílias só com um adulto ou com vários adultos, mas sem crianças", refere a nota conjunto do INE e do Banco de Portugal.
As famílias com rendimentos intermédios - grosso modo a classe média - foram as que sentiram um impacto negativo mais forte. "Por classes de rendimento, a deterioração da situação financeira foi mais frequente nas famílias com rendimentos intermédios do que nas famílias com rendimentos mais baixos ou mais elevados (ou seja, do primeiro ou do último quintil, respetivamente)", lê-se na nota.
Mas foram as famílias de baixos rendimentos cuja situação se deteriorou que sentiram maiores dificuldades em pagar despesas apenas com o rendimento. "Nos dois primeiros quintis de rendimento, a percentagem de famílias com uma
deterioração da situação financeira e que não conseguiam pagar as despesas apenas com o rendimento (6%) foi mais elevada do que nas restantes classes de rendimento."
Por outro lado, "a percentagem de famílias com uma melhoria da situação financeira em consequência da pandemia foi mais elevada no último quintil de rendimento (6%)", sendo que "o impacto da pandemia na situação financeira das famílias não foi muito diferenciado entre famílias com diferentes níveis de riqueza."
"A percentagem de famílias com uma deterioração da situação financeira foi ligeiramente mais elevada no primeiro quintil de riqueza (31%), no qual foram também mais as famílias que indicaram não ter capacidade para pagar as despesas apenas com o rendimento (6%)", indicam as primeiras conclusões do inquérito.
(Notícia atualizada às 11h50)