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Reino Unido abranda crescimento à porta das eleições
A economia britânica cresceu no primeiro trimestre ao ritmo mais moderado desde 2012. Os números surpreenderam os economistas que previam um crescimento maior.
O produto interno bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,3% no primeiro trimestre, o que corresponde a um abrandamento económico. No último trimestre de 2014 a economia britânica tinha crescido 0,6%.
Este ritmo de crescimento é o mais moderado desde o quarto trimestre de 2012 e ficou aquém das estimativas dos economistas consultados pela Reuters e pela Bloomberg, que apontavam para um crescimento de 0,5%.
Ou seja, os economistas já previam que a economia abrandasse nos primeiros três meses do ano, mas não tanto como acabou por acontecer.
De acordo com o Markit Economics, a contribuir para este abrandamento estiveram os serviços, que cresceram 0,5%, quando no último trimestre do ano tinham crescido 0,9%, e a produção industrial, que caiu 0,1%, tendo crescido 0,2% nos últimos três meses do ano. Já o sector da construção continuou em queda (-1,6%), mas a um ritmo menos acentuado (-2,2%) do que o verificado no último trimestre do ano.
Este indicador, referente ao primeiro trimestre do ano, surge a pouco mais de uma semana das eleições legislativas no Reino Unido e promete fazer tremer o partido de David Cameron, actual primeiro-ministro.
As sondagens que têm sido divulgadas têm revelado indecisão entre os eleitores britânicos, com os trabalhistas, liderados por Ed Miliband, e os conservadores, encabeçados por David Cameron, muito próximos nas intenções de voto. As sondagens apontam para que nenhum dos partidos consiga obter uma maioria absoluta.
Os britânicos vão assim às urnas a 7 de Maio, sendo este o segundo acto eleitoral com um peso significativo para a União Europeia (UE) este ano, numa altura em que o referendo sobre a manutenção do país na região é um dos temas que mais polémica tem gerado. Um estudo de dois institutos alemães, garante que o Reino Unido perderia até 300 mil milhões de euros até 2030 se o país saísse da UE. O PIB britânico sofreria uma contracção de 14%, segundo as mesmas fontes.
O primeiro acto eleitoral deste ano com relevo para a União Europeia foi o da Grécia, com o partido liderado por Alexis Tsipras (Syriza) a vencer as eleições. Desde então, Atenas e Bruxelas estão em negociações para findarem uma lista de reformas que a Grécia terá de implementar de forma a assegurar a libertação da última tranche do resgate concedido em 2012 e que perfaz 7,2 mil milhões de euros.