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PIB supera expectativas e cresce 4,9% em 2021

A economia portuguesa cresceu acima do esperado pelos economistas e pelo próprio Governo, atingindo um ritmo de 4,9% em 2021. No quarto trimestre a subida foi de 1,6% em cadeia e de 5,8% em termos homólogos.

João Miguel Rodrigues
31 de Janeiro de 2022 às 09:36
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A economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), na sua primeira estimativa para o número. O valor é o mais elevado desde 1990 e supera as expectativas dos economistas e do próprio primeiro-ministro, António Costa, que na semana passada tinha avançado uma previsão revista em baixa de 4,6%.

Depois da recessão histórica de 2020, quando a economia encolheu 8,4% por causa da crise gerada pela pandemia de covid-19, o PIB português recuperou para o maior crescimento em mais de três décadas. Conforme explica o INE, a procura interna recuperou fortemente, dando um "contributo positivo expressivo", em resultado da melhoria do consumo privado e do investimento.

Já o contributo da procura externa líquida, ou seja, do impacto das exportações deduzidas das importações, foi ainda negativo em 2021, mas bem menos pronunciado. Tanto as importações como as exportações cresceram.

A expectativa dos economistas para a evolução do PIB em 2021 apontava para valores em torno de 4,6%, abaixo da meta do Governo de 4,8%, que tinha sido avançada no âmbito da proposta de Orçamento do Estado para 2022, que acabou chumbada no Parlamento. Ainda na semana passada, numa ação de campanha, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS tinha dito que a economia teria crescido 4,6% no ano passado, clarificando mais tarde que o número correspondia a novas previsões com que estava a trabalhar.

Também os indicadores de atividade económica de mais curto prazo que foram sendo publicados mostravam um abrandamento da atividade. Esse abrandamento face ao terceiro trimestre veio, efetivamente, a concretizar-se. Porém, não foi tão intenso como o esperado, permitindo manter um ritmo anual mais forte.

Procura externa abranda ritmo da atividade no final do ano
No quarto trimestre de 2021, a economia nacional cresceu 1,6%, perdendo o gás face ao terceiro trimestre, quando tinha avançado 2,9%, adiantou ainda o INE. Sendo uma estimativa rápida, o INE avança ainda poucos detalhes sobre o que aconteceu aos vários componentes do PIB, mas explica desde já que o contributo positivo da procura externa líquida diminuiu.

No final do ano passado, a subida dos preços da energia alterou significativamente os termos de troca para Portugal, com as importações destes bens a ficarem substancialmente mais caras.

Na análise do quarto trimestre de 2021 em comparação com o quarto trimestre de 2020, o INE calcula um crescimento de 5,8% (no trimestre anterior tinha sido de 4,5%). A procura externa líquida deu um contributo positivo porque as exportações recuperaram e a procura interna também ajudou ao crescimento – aliás, mais do que se tinha verificado no terceiro trimestre.

Nesta análise, o PIB ficou mesmo prejudicado pela alteração dos termos de troca, refere o INE, que identifica uma "perda significativa" em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, nomeadamente, dos bens energéticos e matérias-primas.


Finanças admitem PIB mais alto este ano
Em reação aos dados divulgados pelo INE, o Ministério das Finanças sublinhou a comparação entre o ritmo da economia portuguesa e o dos restantes parceiros europeus e admitiu um crescimento mais elevado em 2022.

"Este é um resultado muito positivo para Portugal que mostra que a economia nacional está numa fase de forte recuperação e que retomou o processo de convergência com a União Europeia desde o segundo trimestre de 2021", lê-se na nota enviada pelo gabinete de imprensa do ministro João Leão.

O Governo admite que o PIB poderá "ultrapassar o nível pré-pandemia já no 1º semestre e inclusivamente superar as estimativas para este ano, de 5,5%", lê-se na mesma nota.

Numa comunicação enviada também às redações, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhou igualmente a importância da convergência face à União Europeia, destacando o papel da recuperação do consumo interno e das exportações para este resultado. "É uma trajetória de recuperação saudável, depois de uma quebra muito brusca do PIB em 2020", notou.

(Notícia atualizada às 14:45 com mais informação)
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