Notícia
INE confirma subida de 4,9% do PIB em 2021, à boleia do consumo e investimento
O Instituto Nacional de Estatística confirmou um crescimento de 4,9% em 2021. A procura interna explica a subida do PIB face a 2020, um ano marcado pela pandemia de covid-19.
A economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). A melhoria da atividade económica justificou-se pela recuperação da procura interna, com o consumo e o investimento a crescer face a 2020, o ano marcado pela recessão provocada pela pandemia de covid-19.
O crescimento conseguido no ano passado foi o mais elevado desde 1990, assinala o INE. Porém, seguiu-se também a uma recessão histórica, de 8,4%, que foi a maior desde 1954.
O organismo de estatísticas explica que o crescimento se fez à boleia da procura interna, que "recuperou significativamente" e deu um contributo líquido de 5,2 pontos percentuais, aos quais a procura externa tirou 0,2 pontos.
Do lado da economia doméstica, o consumo privado das famílias cresceu 4,4%, recuperando "parcialmente" da queda de 7,1% que se tinha registado em 2020. As famílias compraram muito mais bens correntes não alimentares do que em 2020 (esta componente subiu 5,4%, depois da queda de 10,4% do ano anterior), mas refrearam o crescimento do consumo dos bens alimentares, de 4,8% para 1,5%.
No que diz respeito a bens duradouros, a subida foi de 4,6%, com destaque para um "ligeiro crescimento" da compra de automóveis, depois de uma diminuição histórica em 2020.
O consumo público também aumentou (5%), mas importa lembrar que em 2020 esta componente tinha ficado praticamente inalterada (subiu 0,4%) por causa das medidas de confinamento, que ditaram o encerramento de vários serviços públicos, assinala o INE.
Investimento recupera: máquinas e equipamentos destacam-se
Do lado das empresas, o INE dá conta de uma recuperação do investimento, que cresceu 7,2%, depois da contração de 5,7% de 2020.
O investimento em máquinas e equipamentos subiu 11,5% e em equipamento de transporte passou do colapso de 27,5% em 2020, para um modesto crescimento de 2,4% em 2021. O investimento em construção acelerou para 3,5%, depois de não ter chegado a contrair no primeiro ano da pandemia (tinha subido 1,6%). Os produtos de propriedade intelectual também registaram uma subida relevante, de 8,2%, depois do aumento de 3% do ano anterior.
Turismo continua 50% abaixo dos níveis pré-pandemia
A procura externa líquida, que mostra o contributo para o PIB das exportações, deduzidas das importações, continuou a ter em 2021 um impacto negativo, ainda que menos acentuado. As contas do INE indicam que tirou 0,2 pontos percentuais ao crescimento do PIB (em 2020 tinha roubado 2,9 pontos).
A explicar este comportamento está, em grande medida, a componente do turismo. As exportações de serviços melhoraram significativamente em 2021, tendo crescido 16,6% depois da queda de 34%, com o turismo a subir 25,5%. Ainda assim, este setor continua "cerca de 50% abaixo do nível verificado em 2019", sublinha o INE.
Do lado das exportações de bens, a subida foi de 11,1%. No total, as vendas ao exterior cresceram 13%, depois da queda de 18,6% de 2020.
Nas importações, a melhoria foi semelhante (de 12,8%), sendo que nos bens a subida foi de 11,9% e nos serviços de 18,1%.
Como as importações partiram de uma base mais elevada, embora o seu crescimento tenha sido ligeiramente menos expressivo do que o das exportações, o resultado do comércio externo continuou a ser um défice, tendo mesmo ficado um pouco agravado: passou de 2,1% do PIB para 3% do PIB.
Economia fechou o ano a perder ritmo
O INE confirmou também as taxas de crescimento apuradas na primeira estimativa para o PIB do quarto trimestre do ano. Entre outubro e dezembro a economia nacional cresceu 1,6% face ao terceiro trimestre do ano, e 5,8% face ao período homólogo.
A comparação com os meses de verão mostra uma travagem maior na procura externa do que na interna, mas ambas deram contributos menores para o crescimento. A procura doméstica deu um contributo líquido de 1 ponto percentual (quando nos três meses anteriores tinha ajudado com 1,3 pontos), mas a procura externa líquida abrandou para um contributo de apenas 0,6 pontos (quando no terceiro trimestre tinha ajudado com 1,4 pontos).
(Notícia atualizada às 11:38 com mais informação)
O crescimento conseguido no ano passado foi o mais elevado desde 1990, assinala o INE. Porém, seguiu-se também a uma recessão histórica, de 8,4%, que foi a maior desde 1954.
Do lado da economia doméstica, o consumo privado das famílias cresceu 4,4%, recuperando "parcialmente" da queda de 7,1% que se tinha registado em 2020. As famílias compraram muito mais bens correntes não alimentares do que em 2020 (esta componente subiu 5,4%, depois da queda de 10,4% do ano anterior), mas refrearam o crescimento do consumo dos bens alimentares, de 4,8% para 1,5%.
No que diz respeito a bens duradouros, a subida foi de 4,6%, com destaque para um "ligeiro crescimento" da compra de automóveis, depois de uma diminuição histórica em 2020.
O consumo público também aumentou (5%), mas importa lembrar que em 2020 esta componente tinha ficado praticamente inalterada (subiu 0,4%) por causa das medidas de confinamento, que ditaram o encerramento de vários serviços públicos, assinala o INE.
Investimento recupera: máquinas e equipamentos destacam-se
Do lado das empresas, o INE dá conta de uma recuperação do investimento, que cresceu 7,2%, depois da contração de 5,7% de 2020.
O investimento em máquinas e equipamentos subiu 11,5% e em equipamento de transporte passou do colapso de 27,5% em 2020, para um modesto crescimento de 2,4% em 2021. O investimento em construção acelerou para 3,5%, depois de não ter chegado a contrair no primeiro ano da pandemia (tinha subido 1,6%). Os produtos de propriedade intelectual também registaram uma subida relevante, de 8,2%, depois do aumento de 3% do ano anterior.
Turismo continua 50% abaixo dos níveis pré-pandemia
A procura externa líquida, que mostra o contributo para o PIB das exportações, deduzidas das importações, continuou a ter em 2021 um impacto negativo, ainda que menos acentuado. As contas do INE indicam que tirou 0,2 pontos percentuais ao crescimento do PIB (em 2020 tinha roubado 2,9 pontos).
A explicar este comportamento está, em grande medida, a componente do turismo. As exportações de serviços melhoraram significativamente em 2021, tendo crescido 16,6% depois da queda de 34%, com o turismo a subir 25,5%. Ainda assim, este setor continua "cerca de 50% abaixo do nível verificado em 2019", sublinha o INE.
Do lado das exportações de bens, a subida foi de 11,1%. No total, as vendas ao exterior cresceram 13%, depois da queda de 18,6% de 2020.
Nas importações, a melhoria foi semelhante (de 12,8%), sendo que nos bens a subida foi de 11,9% e nos serviços de 18,1%.
Como as importações partiram de uma base mais elevada, embora o seu crescimento tenha sido ligeiramente menos expressivo do que o das exportações, o resultado do comércio externo continuou a ser um défice, tendo mesmo ficado um pouco agravado: passou de 2,1% do PIB para 3% do PIB.
Economia fechou o ano a perder ritmo
O INE confirmou também as taxas de crescimento apuradas na primeira estimativa para o PIB do quarto trimestre do ano. Entre outubro e dezembro a economia nacional cresceu 1,6% face ao terceiro trimestre do ano, e 5,8% face ao período homólogo.
A comparação com os meses de verão mostra uma travagem maior na procura externa do que na interna, mas ambas deram contributos menores para o crescimento. A procura doméstica deu um contributo líquido de 1 ponto percentual (quando nos três meses anteriores tinha ajudado com 1,3 pontos), mas a procura externa líquida abrandou para um contributo de apenas 0,6 pontos (quando no terceiro trimestre tinha ajudado com 1,4 pontos).
(Notícia atualizada às 11:38 com mais informação)