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Lagarde defende acção global para evitar novo período de crescimento "medíocre"

A directora-geral do FMI pede políticas arrojadas de forma a impedir que, seis anos após o eclodir da crise financeira internacional, persista um novo período longo de crescimento “medíocre”. “Assistimos a um contínuo enfraquecimento da economia global”, salientou.

Bloomberg
02 de Outubro de 2014 às 18:09
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A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, falou esta quinta-feira, 2 de Outubro, da necessidade de serem adoptadas medidas corajosas no sentido de se evitar um período longo de tempo de crescimento económico "medíocre".

 

Citada pela agência Bloomberg, Lagarde disse vislumbrar "sérias nuvens no horizonte", referindo-se, entre outros indicadores, aos elevados níveis de desemprego e à baixa inflação na Zona Euro. Isto precisamente na mesma semana em que a Itália e a França assumiram que não irão cumprir as metas de défice em percentagem do PIB acordadas com as instituições europeias.

 

O Governo italiano assumiu que a economia transalpina vai encolher 0,3% em 2014, enquanto que a economia gaulesa permanece estagnada.

 

"Assistimos a um contínuo enfraquecimento da economia global", afirmou Lagarde comentando a actual conjuntura internacional. Num discurso na Universidade de Georgetown, em Washington, a líder do FMI admitiu que "os países continuam a lidar com as consequências da crise, incluindo o peso das dívidas públicas e o desemprego".

 

Tendo em conta o actual impasse em que algumas das maiores economias mundiais se encontram, Lagarde considerou que neste momento existem dois caminhos possíveis.

 

"A economia global está num ponto de inflexão: pode continuar sem rumo, com um crescimento incipiente - um novo [período] medíocre - ou apontar para um melhor rumo em que políticas arrojadas acelerem o crescimento, aumentem o emprego e garantam um novo ‘momentum’", sustentou a francesa.

 

As declarações de Christine Lagarde acontecem a cerca de uma semana de o FMI divulgar as novas perspectivas sobre o crescimento económico global. Lagarde reconheceu que as perspectivas actuais são piores do que as avançadas pelo próprio fundo há cerca de seis meses, admitindo ainda que o crescimento está a ser impulsionado pelo Estados Unidos e pelo Reino Unido, já que o contributo da Zona Euro permanece fraco. 

 

Na terça-feira passada, um relatório divulgado pelo FMI aconselhava a prossecução de políticas de investimento público, nomeadamente em infra-estruturas, que devia ser seguido pelas economias mais robustas, aquelas que se encontram actualmente em melhor posição. A mensagem parecia ter como um dos principais destinatários a Alemanha, cuja capacidade de investimento poderia ser impulsionadora do crescimento económico do bloco do euro. 

 

"Este é o momento certo para um empurrão em infra-estruturas nos países onde as condições forem adequadas", concluía o FMI no referido relatório. 

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