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ISEG vê sinais "positivos" para o 4.º trimestre e acredita na meta do PIB do Governo

Os dados positivos na construção e nas vendas de carros em outubro dão um início positivo ao quarto trimestre. Com o crescimento até agora, a meta do Governo será alcançado e pode até ser superada.

Bloomberg
27 de Novembro de 2019 às 12:57
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Há razões para estar otimista na evolução do PIB português do quarto trimestre e para acreditar no crescimento de 1,9%, como prevê o Governo, ou até de 2%, como antecipam algumas instituições internacionais. Esta é a análise dos economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) na Síntese de Conjuntura de novembro divulgada esta quarta-feira, 27 de novembro. 

"Em relação ao 4º trimestre, em outubro os indicadores de sentimento e clima económico continuaram com tendência ligeiramente decrescente, mas os escassos dados quantitativos disponíveis foram positivos", lê-se na síntese de conjuntura.

Tal é visível, por exemplo, nas vendas de cimento que cresceram mais de 20% em outubro. "Depois de corrigidos os efeitos sazonais, de calendário e climatérico, a taxa de crescimento do consumo de cimento rondava os 16% em outubro", nota o ISEG. Na mesma linha, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros cresceram, em termos homólogos, 12,2% em outubro, segundo a ACAP

Assim, o "mais provável é a tendência de crescimento" manter-se "estável" e próxima do verificado nos trimestres anteriores. "Em todo o caso, a economia portuguesa tenderá a crescer acima da Zona Euro", antecipam os economistas. 

Contudo, é cedo para previsões especificas para o quarto trimestre dado que ainda falta um mês para este terminar. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelará a evolução do PIB nesse período a 14 de fevereiro. 

No entanto, é possível tirar conclusões sobre o crescimento anual da economia portuguesa. Os economistas do ISEG escrevem que "o crescimento homólogo do PIB até ao 3.º trimestre torna provável um crescimento de 1,9% ou 2% para a totalidade do ano de 2019", valores em linha com a maioria das previsões para o PIB português.

A previsão atualizada do ISEG fica na banda superior do intervalo da previsão anterior (1,8% a 2%), "o que constitui um desempenho relativamente positivo da economia portuguesa dado o enquadramento externo".

A previsão do Governo é que a economia cresça 1,9% no conjunto do ano, em linha com as previsões do Conselho das Finanças Públicas (CFP), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da OCDE. O Banco de Portugal prevê que a economia portuguesa avance mais (2%) assim como a Comissão Europeia. 

No terceiro trimestre, a economia portuguesa cresceu 0,3% em cadeia, o que representa uma desaceleração face aos 0,6% do trimestre anterior, e 1,9% em termos homólogos, estável face ao trimestre anterior. Dado este crescimento, o PIB pode quase estagnar no quarto trimestre que já chegará a meta do Governo.

Segundo a estimativa rápida do INE - a segunda previsão será divulgada esta sexta-feira, 29 de novembro -, foi a desaceleração do investimento e o contributo negativo da procura externa a travar o PIB. Por outro lado, o consumo privado acelerou entre julho e setembro.
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