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Investimento tem o maior crescimento desde 1998

A formação bruta de capital fixo teve nos primeiros três meses deste ano o maior crescimento desde o final de 1998, mostram os dados do INE.

31 de Maio de 2017 às 11:57
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Já sabíamos que a recuperação do investimento tinha sido um dos principais factores por trás do crescimento de 2,8% no primeiro trimestre de 2017. Agora, os números do INE mostram que o desempenho entre Janeiro e Março deste ano foi o melhor em quase 20 anos.

  

A formação bruta de capital fixo – normalmente designada como investimento – avançou 8,9% face ao mesmo trimestre de 2016. Este indicador, que exclui o impacto dos stocks, não crescia a este ritmo desde o quarto trimestre de 1998 (o maior valor desde essa altura tinha sido 8,8%, observado no arranque de 2015).

Por trás deste resultado está um bom desempenho da construção, que registou um crescimento de 8,5%, depois de 1,5% no trimestre anterior. Esta rubrica é decisiva, uma vez que representa quase metade do investimento feito na economia portuguesa (49%). O crescimento de 8,5% do investimento em construção foi também o melhor em muitos trimestres: desde 2002 que não apresentava uma variação homóloga tão forte.

Ao mesmo tempo, as máquinas e equipamentos avançaram também a um ritmo mais forte (15% vs. 12,3%). Em sentido contrário, o equipamento de transporte desacelerou o crescimento (embora ainda esteja a crescer 10,7%), assim como a propriedade intelectual (0,4%).

 

"A formação bruta de capital fixo [FBCF] acelerou de 5,2% no quarto trimestre para 8,9%, enquanto o contributo da Variação de Existências [stocks] para a variação homóloga do PIB se manteve negativo (-0,5 p.p. no 1º trimestre). A FBCF em Construção foi a componente que mais contribuiu para o crescimento da FBCF no primeiro trimestre, registando um aumento homólogo de 8,5% em termos reais (1,5% no trimestre anterior)", escreve o INE.

Importa distinguir este indicador - formação bruta de capital fixo - da formação bruta de capital, que inclui a "variação de existências". Isto é, os stocks das empresas. Se olharmos para esse segundo indicador, verifica-se também uma recuperação, mas de menor ímpeto: a formação bruta de capital cresceu 5,5% no primeiro trimestre, uma aceleração face aos 3,6% dos três meses anteriores. Isso significa que os stocks penalizaram o crescimento no primeiro trimestre.

Investimento: FBC vs. FBCF

Existem dois indicadores que são usados pela comunicação social para se referir a investimento: a formação bruta de capital (FBC) e a formação bruta de capital fixo (FBCF). A diferença entre as duas está no facto de a primeira incluir a variação das existências (stocks das empresas) e aquisições líquidas de objectos de valor (bens não financeiros que não se deterioram fisicamente e são usados como reserva de valor, como pedras e metrais preciosos ou obras de arte). Devido ao ruído que estas duas últimas rubricas podem provocar, a FBCF é normalmente mais útil para avaliar o que se passa realmente no investimento, na forma como a maior parte das pessoas o entende. No primeiro trimestre, a FBC cresceu 5,5% e a FBCF 8,9%.

 

(Notícia actualizada às 12h54)

 

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