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INE revê em alta crescimento no primeiro trimestre para máximo desde 2010

O PIB cresceu 1,5% no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2014, uma revisão em alta de uma décima face à primeira leitura do INE. Trata-se do maior crescimento homólogo desde o terceiro trimestre de 2010.

Bruno Simão/Negócios
29 de Maio de 2015 às 11:07
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A economia portuguesa cresceu 1,5% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo e 0,4% face aos três meses anteriores, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística.


Na primeira leitura das contas nacionais do primeiro trimestre o INE tinha dado conta que o PIB de Portugal tinha crescido 1,4% em termos homólogos e 0,4% face aos últimos três meses do ano passado. O instituto de estatística veio agora proceder a uma ligeira revisão em alta, confirmando o melhor trimestre em crescimento homólogo desde o terceiro trimestre de 2010, quando a economia cresceu 1,7%. O avanço de 0,4% iguala o registado nos últimos três meses do ano passado e um máximo desde o segundo trimestre de 2013 (0,5%).

 

Os números do INE para o arranque do ano estão em linha com a maioria das projecções de crescimento para o total do ano quer do Governo (1,6%), quer da Comissão Europeia (1,6%) e do FMI (1,5%). Estes desenvolvimentos podem, no entanto, comprometer previsões mais optimistas que apontavam para um crescimento no ano em torno de 2%, como por exemplo as da Universidade Católica. Um risco agravado pelo facto de o primeiro trimestre do ano passado ter sido fraco, o que favorece a comparação homóloga.  

  

O desenvolvimento positivo no primeiro trimestre do ano em termos homólogos deveu-se a uma aceleração do ritmo de crescimento das exportações (6,8%) que, acompanhada com uma desaceleração das importações (6,6%), garantiu um contributo nulo das exportações líquidas e uma melhoria do saldo externo.

 

"A procura externa líquida passou de um contributo para a variação homóloga do PIB de -1,0 pontos percentuais (p.p.) no quarto trimestre para um contributo nulo no primeiro trimestre. Esta evolução reflectiu a aceleração das Exportações e o abrandamento das Importações de Bens e Serviços em volume", explica o INE, que acrescenta ainda que "a melhoria do saldo externo de bens e serviços deveu-se também a um ganho dos termos de troca significativo e superior ao observado no trimestre precedente".

No último ano, o saldo das importações e exportações deram sempre contributos negativos para o crescimento homólogo trimestral (resultando de crescimento das compras ao exterior superior ao das vendas), fazendo temer pelo risco de um agravamento das contas externas paralelo à recuperação da economia.

 

A procura interna (consumo e investimento privados e públicos) cresceu 1,5% face ao mesmo trimestre do ano passado, o que é o menor valor do último ano (1,6% no últimos três meses de 2014). Este desenvolvimento traduz essencialmente um abrandamento da acumulação de existências em armazém, escrevem os técnicos dos INE: "A procura interna registou um contributo positivo ligeiramente menos significativo no primeiro trimestre, de 1,5 p.p. (1,6 p.p. no quarto trimestre), reflectindo o acentuado contributo negativo da variação de existências".

 

Os desenvolvimentos face aos três meses finais de 2014 dão conta de desenvolvimentos menos positivos na composição do crescimento nacional: o "contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB  [0,4%] foi positivo (1,3 p.p.), contrariamente ao verificado no trimestre anterior (-0,1 p.p.), reflectindo principalmente o aumento do investimento e, em menor grau, a aceleração do consumo privado", diz o INE, que destaca que "em sentido oposto, a procura externa líquida apresentou um contributo negativo no primeiro trimestre (-1,0 p.p.), após um contributo positivo no trimestre precedente (0,5 p.p.), em resultado sobretudo da diminuição das exportações de bens e serviços".

 

(Notícia em actualizada às 11h42)

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