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PIB recua 4% no primeiro trimestre, maior queda homóloga em quatro anos
A queda homóloga da actividade económica no primeiro trimestre foi de 4%. Em cadeia, o PIB recuou 0,4%. Em ambos os casos são valores piores do que os inicialmente estimados pelo INE. O investimento é o responsável por este recuo do PIB que, em termos homólogos, é o mais acentuado em quatro anos. Já o consumo caiu menos, as exportações recuperaram e as importações também desceram mais.
A evolução da economia portuguesa no primeiro trimestre revelou-se mais negativa do que o antecipado na primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), que já ficara aquém do esperado.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo INE, o PIB contraiu 4% em termos homólogos e 0,4% em cadeia, mais do que o inicialmente estimado (-3,9% e -0,3%, respectivamente). Estes números são também piores do que as previsões de Maio da Comissão Europeia (-3,7%; -0,1%). Comparando com o último trimestre de 2012, a variação do PIB foi mais negativa em termos homólogos (havia então sido de -3,8%), mas menos em cadeia (-1,8%). A queda de 4% em termos homólogos é a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando o PIB caíra 4,1%. Há nove trimestres consecutivos que a economia portuguesa está a encolher.
Explica o INE que o mau desempenho da actividade económica se deveu a uma maior contracção da procura interna (-6,3% em termos homólogos, depois de - 4,5% no trimestre anterior) provocada por uma forte queda do investimento, já que todas as restante componentes do PIB se comportaram melhor ou menos mal.
Nos três primeiros meses do ano, o investimento recuou 16,8%, regressando a um padrão de quedas que havia sido interrompido no último trimestre de 2012, quando caiu "apenas" 2,1%, após quedas de 14,5% e de 20,6% nos trimestres precedentes. Escreve o INE que a evolução mais negativa do investimento foi determinada, em grande medida, pelo comportamento desta variável no sector da construção, onde caiu 25,7%. Já o investimento em equipamento de transporte aumentou 10,7% em termos homólogos, reflectindo designadamente o impacto da importação de uma aeronave.
Já o consumo, embora permanecedo em retracção, caiu menos no arranque de 2013: -4,2%, o que compara com -5% no trimestre precedente. A redução menos acentuada do consumo privado esteve associada ao comportamento da componente de bens duradouros, que passou de uma taxa de variação homóloga de -20,7% no quarto trimestre de 2012 para -7,5% nestes primeiros três meses de 2013. Esta evolução, explica o INE, reflectiu “principalmente o comportamento da componente de veículos automóveis”.
As exportações, por seu turno, cresceram marginalmente 0,1%, mas regressaram a terreno positivo (no quarto trimestre de 2012 tinham recuado 0,2%), ao mesmo tempo que as importações sofreram uma queda mais ampla de 6%, após -2,3% no trimestre anterior.
(notícia actualizada às 10h30)