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INE revê dados do segundo trimestre. PIB não caiu, mas estagnou

Depois de na estimativa rápida ter apontado para uma contração da economia no segundo trimestre, de 0,2%, face ao primeiro, o INE vem agora rever os dados. PIB apresentou uma taxa de variação nula em cadeia. Em termos homólogos cresceu um pouco mais, 7,1%.

Inflação em maio atingiu o valor mais alto desde fevereiro de 1993, com os produtos alimentares e energéticos a liderarem subidas de preços.
João Cortesão
31 de Agosto de 2022 às 11:20
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Afinal, a economia não recuou no segundo trimestre, mas estagnou. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou nesta quarta-feira, 31 de agosto, o segundo destaque das contas nacionais trimestrais e concluiu que o PIB teve uma taxa de variação nula no segundo trimestre face ao primeiro.

Na estimativa rápida das contas nacionais, publicadas no final de julho, o INE dizia que a economia tinha recuado 0,2% no segundo trimestre face ao primeiro e travado a fundo quando comparando com o período homólogo (6,9% contra 11,8%).

Agora, no segundo destaque, a autoridade estatística vem rever os seus dados. No período entre abril e junho, a economia cresceu ligeiramente mais do que o previsto. Isso reflete-se na ligeira melhoria em termos homólogos, com a subida de 7,1%. 

Mas também face aos primeiros três meses do ano. "Comparando com o primeiro trimestre de 2022, o PIB registou uma taxa nula em volume, após um crescimento em cadeia de 2,5% no trimestre anterior", afirma o INE.



PIB não cresceu no segundo trimestre face ao primeiro

O que justifica a estagnação no segundo trimestre? Segundo o INE, se a procura interna empurrou a economia para baixo (com um contributo de 1,1 pontos), a procura externa líquida puxou-a para cima - exatamente com o mesmo contributo. 

Se no primeiro trimestre, a procura interna, ou seja, o consumo e o investimento, contribuiu positivamente para o PIB, agora inverteu o sinal. Já a procura externa líquida apoiou agora ainda mais a economia (no primeiro trimestre o contributo positivo era de 0,4 pontos percentuais), com um crescimento mais acentuado das exportações de bens e serviços do que o das importações de bens e serviços. Ou seja, e tal como tinha escrito o Negócios na leitura dos dados da estimativa rápida, o turismo segurou as perdas do PIB no segundo trimestre. 

Em termos homólogos, a conclusão é semelhante: o contributo da procura interna para a variação do PIB travou a fundo no segundo trimestre, passando de 10 pontos percentuais para 3,7 pontos percentuais, "verificando-se um crescimento menos acentuado do consumo privado e do investimento", descreve o INE.

Já o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB aumentou para 3,5 pontos percentuais (contribuiu com 1,7 pontos percentuais no trimestre anterior), também devido a uma aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços do que das importações. 

Além disso, o INE destaca que o abrandamento da economia em termos homólogos reflete também "um efeito de base, dado que no primeiro trimestre de 2021 estiveram em vigor várias medidas de combate à pandemia que condicionaram a atividade económica".

Por outro lado, "no segundo trimestre, os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional aumentaram significativamente, tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda menos intensa dos termos de troca que no trimestre anterior", descreve o INE

Nesse sentido, conjugando esse efeito da evolução dos termos de troca com o comportamento positivo em volume, o INE destaca a melhoria do saldo externo de Bens e Serviços em termos nominais, situando-se em -2,2% do PIB (-3,6% do PIB no primeiro trimestre.

(Notícia atualizada às 11:55 com mais informação)
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