Notícia
Importações atingem máximo histórico. É um regresso ao passado?
Tal como nas exportações, o peso das importações no PIB está em máximos históricos. Mas isto não significa que a economia portuguesa tenha regressado a velhos hábitos. As exportações continuam a ganhar terreno sem que isso se traduza num disparar das importações, como acontecia na década anterior.
Desde 2010 que o peso das exportações de bens e serviços na economia portuguesa não pára de aumentar. Actualmente, o total das exportações já corresponde a 44% do Produto Interno Bruto (PIB), um recorde de 23 anos. Mas não são só as exportações que estão em máximos.
As importações de bens e serviços têm-se mantido entre os 30% e os 42%, tendo atingido um pico em 2008 e depois afundado durante a crise. Com a recuperação da economia, as importações viram o seu peso subir, mas sem reagir tanto à subida das exportações, o que acontecia no passado (ver gráfico).
Desde o final de 2016 que as importações, na maior parte dos meses, têm crescido a um ritmo superior ao das exportações. No primeiro trimestre deste ano chegaram mesmo a bater um recorde histórico, superando os picos de 2008: representam 43,2% do PIB. Desde 1995, ano em que começa a série do INE, que as importações não pesavam tanto na economia.
Porém, a estrutura da economia não é a mesma. Há dez anos, as exportações pesavam 31,7% do PIB e as importações 42,2%.Uma década depois, a realidade é significativamente diferente: o peso das exportações foi de 44% do PIB no primeiro trimestre de 2018 enquanto o peso das importações foi de 43,2%.
As diferenças entre 2008 e 2018 também são visíveis no saldo da balança comercial de bens e serviços. Desde 2013 que este saldo tem sido um excedente. Até esse ano, desde 1995, o saldo tinha sido deficitário. Em 2008, quando as importações pesavam quase tanto como agora, o défice comercial rondava os 10%. Apesar de no primeiro trimestre deste ano esse excedente ter encurtado, apenas os dados anuais permitirão tirar mais conclusões.
Exportações de bens continuam a crescer abaixo das importações
Nos destaques mensais do INE sobre o comércio internacional de bens, o que pesa mais em termos de volume, têm-se verificado uma tendência: na maior parte dos últimos meses as importações têm crescido a um ritmo superior ao das exportações. Mas os dados a cada mês são voláteis, não estão deflacionados e podem dar uma imagem não tão representativa da evolução.
A partir dos dados divulgados esta sexta-feira pelo INE, numa análise mais alisada, com a taxa de variação do trimestre terminado em Abril, é possível concluir que, na realidade, o ritmo de crescimento das importações de bens continua bem acima do dos bens exportados, ainda que essa diferença tenha encurtado.
No trimestre terminado em Abril, as exportações cresceram 5,2%, acelerando dos 2,9% dos primeiros três meses de 2018. Já as importações subiram 7,1%, acelerando face aos 6,6% registados no primeiro trimestre.
Ainda assim, a taxa de cobertura continua a ser alta. De Fevereiro a Abril foi de 80,6%. Esta é a percentagem das compras ao estrangeiro (importações) que é compensada pelas vendas do país ao estrangeiro (exportações).
(Notícia actualizada no dia 11 às 10h33 corrigindo os termos do último parágrafo)
As importações de bens e serviços têm-se mantido entre os 30% e os 42%, tendo atingido um pico em 2008 e depois afundado durante a crise. Com a recuperação da economia, as importações viram o seu peso subir, mas sem reagir tanto à subida das exportações, o que acontecia no passado (ver gráfico).
Desde o final de 2016 que as importações, na maior parte dos meses, têm crescido a um ritmo superior ao das exportações. No primeiro trimestre deste ano chegaram mesmo a bater um recorde histórico, superando os picos de 2008: representam 43,2% do PIB. Desde 1995, ano em que começa a série do INE, que as importações não pesavam tanto na economia.
As diferenças entre 2008 e 2018 também são visíveis no saldo da balança comercial de bens e serviços. Desde 2013 que este saldo tem sido um excedente. Até esse ano, desde 1995, o saldo tinha sido deficitário. Em 2008, quando as importações pesavam quase tanto como agora, o défice comercial rondava os 10%. Apesar de no primeiro trimestre deste ano esse excedente ter encurtado, apenas os dados anuais permitirão tirar mais conclusões.
Exportações de bens continuam a crescer abaixo das importações
Nos destaques mensais do INE sobre o comércio internacional de bens, o que pesa mais em termos de volume, têm-se verificado uma tendência: na maior parte dos últimos meses as importações têm crescido a um ritmo superior ao das exportações. Mas os dados a cada mês são voláteis, não estão deflacionados e podem dar uma imagem não tão representativa da evolução.
A partir dos dados divulgados esta sexta-feira pelo INE, numa análise mais alisada, com a taxa de variação do trimestre terminado em Abril, é possível concluir que, na realidade, o ritmo de crescimento das importações de bens continua bem acima do dos bens exportados, ainda que essa diferença tenha encurtado.
No trimestre terminado em Abril, as exportações cresceram 5,2%, acelerando dos 2,9% dos primeiros três meses de 2018. Já as importações subiram 7,1%, acelerando face aos 6,6% registados no primeiro trimestre.
Ainda assim, a taxa de cobertura continua a ser alta. De Fevereiro a Abril foi de 80,6%. Esta é a percentagem das compras ao estrangeiro (importações) que é compensada pelas vendas do país ao estrangeiro (exportações).
(Notícia actualizada no dia 11 às 10h33 corrigindo os termos do último parágrafo)