O desemprego em Portugal está num dos níveis mais elevados da história do nosso país. Mas a causa do elevado desemprego não se restringe, de acordo com um estudo da Hays – o Hays global Skills Index 2013 -, às condições macroeconómicas adversas.

Este estudo revela que, em Portugal, há um claro desajustamento entre a oferta e a procura de competências por parte do mercado de trabalho. Portugal é mesmo o quarto pior classificado de uma lista composta por 30 países.

Paula Baptista, directora-geral da Hays para Portugal, considera que “o período recente de instabilidade política vivido em Portugal pôs a descoberto questões antigas do mercado de trabalho, bem como, criou novos desafios”. “O desequilíbrio entre a oferta e procura de competências é um dos maiores problemas do mercado de trabalho português, e continua a piorar à medida que milhares de jovens qualificados abandonam o país”, acrescenta.

Por isso, considera que é “fundamental criar políticas que atraem e retenham estes jovens profissionais”. É também muito importante “uma melhor comunicação entre as instituições de ensino e o mercado de trabalho, para corrigir esta escassez de competências.”

Mas dos países considerados como desenvolvidos não é apenas Portugal que está nesta situação. Os Estados Unidos, a Espanha, a Irlanda têm o mesmo problema e o Japão, Reino Unido, Hungria e Luxemburgo segue também esta trajectória.

Neste sentido, e de acordo com a Hays, esta panóplia de países mostra que não há uma ligação directa entre o desempenho económico (os EUA, o Japão e o Reino Unido estão entre as dez economias mais ricas do mundo) e a eficiência do mercado de trabalho de cada país.

Por isso, o estudo aponta que o problema pode estar nas instituições de ensino e regras do mercado de trabalho. Assim, as instituições de ensino podem não estar a dotar os jovens com as capacidades necessárias exigidas pelo mercado de trabalho.