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Governo estima queda do desemprego para níveis de 2010

O Governo prevê uma queda de 1,1 pontos percentuais na taxa de desemprego para 2016, de acordo com os dados avançados no esboço do Orçamento do Estado para este ano.

22 de Janeiro de 2016 às 15:34
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A taxa de desemprego poderá cair para 11,2% este ano, de acordo com as projecções feitas pelo Governo no esboço orçamental que seguiu esta sexta-feira para Bruxelas.

 

Este valor representa uma queda de 1,1 pontos percentuais face a 2015 e, a confirmar-se, Portugal terá uma taxa de desemprego em linha com o registado no quarto trimestre de 2010, quando atingiu 11,1%. E bem inferior aos 17,4% fixados no primeiro trimestre de 2013.

 

O esboço do Orçamento do Estado para este ano contempla um crescimento do emprego de 1% em 2016, depois do crescimento de 1,1% verificado em 2015. As contas do Governo apontam para um crescimento de 2,1% na remuneração média por trabalhador este ano e uma subida de 1,1% na produtividade aparente do trabalho.

 

"No mercado de trabalho regista-se um crescimento do emprego e uma redução do desemprego. Conjugados, estes resultados traduzem-se numa quase estabilização da população activa, em contraste com o observado nos últimos anos", refere o Governo no esboço do Orçamento.

 

Quanto aos restantes indicadores mais relevantes do cenário macroeconómico, já tinham sido revelados no comunicado do conselho de ministros de quinta-feira.

 

Mário Centeno antecipa um crescimento económico de 2,1% este ano. Trata-se de uma revisão em baixa face ao objectivo que tinha sido inscrito no cenário macroeconómico do PS, em Abril (crescimento de 2,4%), mas acima do aumento de 1,7% estimado mais recentemente pelo Banco de Portugal e pela Comissão Europeia. É contudo semelhante ao estimado pelo Governo de Passos Coelho, que apontava para 2%. Em 2015, de acordo com as previsões da Católica, o PIB de Portugal terá crescido 1,5%.

 

O Governo antecipa um crescimento de 2,6% no consumo privado em 2016, em linha com o registado o ano passado, enquanto o consumo público vai estagnar. O investimento público irá acelerar para 4,9%, acima do aumento de 4,3% projectado para 2015.

 

Já o crescimento das exportações vai abrandar para 4,9%, face aos 5,9% estimados para 2015. "As exportações nacionais registarão um ganho de quota, sustentado em ganhos dos termos de troca", refere o esboço do Orçamento, afirmando que "a procura externa acelerará face a 2015, sustentada pela recuperação das economias europeias que representam a maior parte do nosso comércio externo".

 

No que diz respeito à inflação, o Governo aponta para um crescimento nos preços de 1,4% este ano, uma aceleração face aos 0,6% de 2015.

 

O Orçamento do Estado prevê ainda um excedente das contas externas (capacidade líquida de financiamento) de 2,2% do PIB, o que representa um aumento de quatro décimas face a 2015.

Quanto ao défice, a projecção do Governo aponta para um valor equivalente a 2,6% do PIB, o que traduz uma revisão em baixa face aos 2,8% anteriormente projectados. O défice estrutural deverá descer duas décimas para 1,1% e a dívida pública deverá baixar 2,7 pontos percentuais para 126% do PIB no final de 2016.

"A adopção de uma estratégia orçamental responsável, mas promotora de crescimento, permitirá reduzir o rácio da dívida no PIB e os encargos com juros (incluindo a amortização de parte do empréstimo do FMI)", refere o Governo.

 


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