Notícia
Governo estima queda do desemprego para níveis de 2010
O Governo prevê uma queda de 1,1 pontos percentuais na taxa de desemprego para 2016, de acordo com os dados avançados no esboço do Orçamento do Estado para este ano.
A taxa de desemprego poderá cair para 11,2% este ano, de acordo com as projecções feitas pelo Governo no esboço orçamental que seguiu esta sexta-feira para Bruxelas.
Este valor representa uma queda de 1,1 pontos percentuais face a 2015 e, a confirmar-se, Portugal terá uma taxa de desemprego em linha com o registado no quarto trimestre de 2010, quando atingiu 11,1%. E bem inferior aos 17,4% fixados no primeiro trimestre de 2013.
O esboço do Orçamento do Estado para este ano contempla um crescimento do emprego de 1% em 2016, depois do crescimento de 1,1% verificado em 2015. As contas do Governo apontam para um crescimento de 2,1% na remuneração média por trabalhador este ano e uma subida de 1,1% na produtividade aparente do trabalho.
"No mercado de trabalho regista-se um crescimento do emprego e uma redução do desemprego. Conjugados, estes resultados traduzem-se numa quase estabilização da população activa, em contraste com o observado nos últimos anos", refere o Governo no esboço do Orçamento.
Quanto aos restantes indicadores mais relevantes do cenário macroeconómico, já tinham sido revelados no comunicado do conselho de ministros de quinta-feira.
Mário Centeno antecipa um crescimento económico de 2,1% este ano. Trata-se de uma revisão em baixa face ao objectivo que tinha sido inscrito no cenário macroeconómico do PS, em Abril (crescimento de 2,4%), mas acima do aumento de 1,7% estimado mais recentemente pelo Banco de Portugal e pela Comissão Europeia. É contudo semelhante ao estimado pelo Governo de Passos Coelho, que apontava para 2%. Em 2015, de acordo com as previsões da Católica, o PIB de Portugal terá crescido 1,5%.
O Governo antecipa um crescimento de 2,6% no consumo privado em 2016, em linha com o registado o ano passado, enquanto o consumo público vai estagnar. O investimento público irá acelerar para 4,9%, acima do aumento de 4,3% projectado para 2015.
Já o crescimento das exportações vai abrandar para 4,9%, face aos 5,9% estimados para 2015. "As exportações nacionais registarão um ganho de quota, sustentado em ganhos dos termos de troca", refere o esboço do Orçamento, afirmando que "a procura externa acelerará face a 2015, sustentada pela recuperação das economias europeias que representam a maior parte do nosso comércio externo".
No que diz respeito à inflação, o Governo aponta para um crescimento nos preços de 1,4% este ano, uma aceleração face aos 0,6% de 2015.
O Orçamento do Estado prevê ainda um excedente das contas externas (capacidade líquida de financiamento) de 2,2% do PIB, o que representa um aumento de quatro décimas face a 2015.
Quanto ao défice, a projecção do Governo aponta para um valor equivalente a 2,6% do PIB, o que traduz uma revisão em baixa face aos 2,8% anteriormente projectados. O défice estrutural deverá descer duas décimas para 1,1% e a dívida pública deverá baixar 2,7 pontos percentuais para 126% do PIB no final de 2016.
"A adopção de uma estratégia orçamental responsável, mas promotora de crescimento, permitirá reduzir o rácio da dívida no PIB e os encargos com juros (incluindo a amortização de parte do empréstimo do FMI)", refere o Governo.