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FMI pede à Europa para "limpar" dívidas das empresas

Há 900 mil milhões de euros de créditos malparados na Europa. Assegurar uma retoma económica geradora de emprego passa também por aqui: por agilizar os processos de insolvência e lidar com esta montanha de perdas potenciais que está a bloquear os canais de crédito, diz Christine Lagarde.

26 de Janeiro - Lagarde

“Há regras internas na Zona Euro que têm que ser respeitadas. Não podemos criar categorias diferentes para diferentes países. Há reformas profundas que permanecem por fazer”.
09 de Abril de 2015 às 15:49
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Criar estruturas eficazes para lidar com situações de insolvência é "crucial" para combater o excesso de dívida privada e lidar com o "stock" de 900 mil milhões de euros de créditos malparados que estão a travar novo financiamento bancário às empresas.

 

A recomendação foi nesta quinta-feira dirigida à Europa por Christine Lagarde, segundo a qual assegurar uma retoma económica geradora de emprego passa também por aqui: por agilizar os processos de insolvência e lidar com esta montanha de perdas potenciais que está a bloquear os canais de crédito na Zona Euro.

 

Falando perante o Atlantic Council, em Washignton, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a economia europeia está agora a crescer mais do que se previa, mas em boa parte isso deve-se ao dinamismo nos Estados Unidos e à baixa do preço do petróleo – conjuntura que deve ser aproveitada para "fazer mais, não menos".

 

Neste contexto, Lagarde pediu a continuação de uma política de baixas taxas de juro ao BCE e mais investimento nos países onde não haja excesso de dívida, para evitar que a Europa mergulhe numa era de crescimento "medíocre".

 

"Prosseguir uma política monetária acomodatícia é necessário, especialmente na Zona Euro e no Japão" e  a "política orçamental também precisa ser calibrada para reforçar a recuperação, sem perder de vista a sustentabilidade da dívida a médio prazo", afirmou Lagarde.

 

Nos cálculos do Fundo, os importadores de petróleo podem economizar, em média, 1% do respectivo PIB em 2015. "Esses recursos podem ser reafectados para investimentos que ajudem o crescimento, caso das infraestruturas, educação e saúde", sugere.

 

Lagarde disse ser preciso prosseguir igualmente com as reformas estruturais, designadamente no mercado de trabalho, tendo lamentado que num "número excessivo de países" essas reformas continuem a ser adiadas.

 

O FMI prepara-se para, na próxima semana, voltar a actualizar as suas previsões macroeconómicas. No início deste ano, a instituição reviu em baixa a sua previsão de crescimento da economia global de 3,8% para 3,5%. Para a Zona Euro, antecipava então uma progressão do PIB de 1,2% em 2015, duas décimas aquém da anterior previsão.

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