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FMI corta previsões dos EUA e duvida dos planos de Trump
O plano de estímulos do presidente norte-americano continua sem sair da gaveta e quando sair terá resultados mais modestos e moderados do que os projectados pela Casa Branca, calcula o Fundo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) deu um passo atrás e cortou as previsões de crescimento para a economia norte-americana, justificando a "tesourada" pela demora na implementação do plano de estímulos prometido por Donald Trump e por considerar que, mesmo que este venha a ser aplicado, terá resultados mais modestos e demorados do que os prometidos pela Casa Branca.
Nas novas previsões, apresentadas nesta terça-feira, 27 de Junho, no âmbito do relatório anual sobre os EUA (artigo 4.º), o FMI antecipa que a maior economia mundial cresça 2,1% este ano, duas décimas abaixo do que previa em Abril, e que se mantenha com esse mesmo ritmo em 2018, quando, há dois meses, previa uma aceleração para 2,5%.
A descida da previsão para o crescimento é justificada pelo FMI pela ausência de "um plano económico completamente articulado" e por "muitos detalhes" não terem sido decididos. A pesar negativamente sobre as perspectivas da economia estão ainda as "incertezas significativas" em torno de áreas políticas fundamentais, como o ritmo da consolidação orçamental, o nível de investimento em infra-estruturas e a renegociação de acordos comerciais e sobre imigração.
"A economia dos EUA está a viver a sua terceira expansão mais longa desde 1850" e "parece estar de volta ao pleno emprego". No entanto, acrescenta a instituição liderada por Christine Lagarde (na foto), as perspectivas de médio prazo estão "ensombradas por importantes desequilíbrios", designadamente por um elevado endividamento e uma deterioração acentuada da posição do investimento líquido internacional.
Mesmo com uma "constelação ideal de políticas pró-crescimento, o potencial de crescimento provavelmente será menor do que o projectado no Orçamento e levará mais tempo a materializar-se", calcula o FMI.
A administração de Donald Trump prevê que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos acelere para 3% até 2020 e se mantenha nesse patamar por mais sete anos. Já o Fundo considera que, num cenário de políticas inalteradas, o crescimento a mais longo prazo permaneça aquém de 2%.
(notícia actualizada às 15h30)