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Final do ano interrompe recuperação da economia portuguesa

Os dados do INE revelam que houve "uma interrupção da recuperação aumentou parcial da atividade económica" em novembro e dezembro. Ainda assim, os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico aumentaram em dezembro face a novembro.

Por causa da crise económica provocada pela pandemia de covid-19, as famílias vão perder rendimentos.
Tony Gentile/Reuters
20 de Janeiro de 2021 às 11:11
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O agravamento da pandemia no final do ano e a intensificação das medidas de restrição foram prejudiciais para a economia portuguesa. A Síntese Económica de Conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) observa que em novembro e dezembro houve "uma interrupção da recuperação parcial da atividade económica observada desde maio".

Os sinais são visíveis nas operações que foram feitas em multibancos portugueses. "O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco registou, em termos homólogos, reduções de 11,8% e 7,8% em novembro e dezembro, respetivamente."

As vendas de veículos automóveis também tiveram um mau desempenho nos dois meses, com a queda a ser mais acentuada nos automóveis ligeiros de passageiros (-27,9% e -19,6%, em termos homólogos, em novembro e dezembro respetivamente).

A quebra da economia no final do ano permitiu que 2020 fechasse com uma inflação nula. "O índice de preços do consumidor (IPC) registou uma variação média anual nula (0,3% em 2019)".

Mas o INE salienta que nem tudo foi mau. Em dezembro, veirficou-se uma melhoria nos indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico face ao mês anterior. A confiança em torno da indústria transformadora e da construção também aumentou, bem como em relação ao comércio. "A exceção ocorreu nos serviços em que o indicador diminuiu".

A quebra no indicador dos serviços estará provavelmente relacionada com a crise no turismo. Para já, não há dados sobre o desempenho do setor em dezembro, mas o INE adianta que a "contração da atividade turística", em novembro,  "acentuou-se, tendo o número de hóspedes e de dormidas registado taxas de -76,8% e -76,9%, respetivamente", em termos homólogos. 

"Em novembro, 46,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes", esclarece o boletim do INE, concluindo que, "no quarto trimestre, novembro terá sido o mês mais negativo para a atividade económica".

Zona Euro
O impacto negativo do mês de novembro foi igualmente sentido na zona euro. O INE escreve que "a diminuição registada" no indicador de sentimento económico foi "quase" compensada pelo aumento verificado em dezembro.

Nota ainda para o indicador de confiança dos consumidores da zona euro, que "recuperou significativamente em dezembro, após ter diminuído nos dois meses anteriores".

(Notícia atualizada às 11h42)
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