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Factores que interferem no investimento

São muitos os factores que interferem nas decisões dos empresários. À falta de procura que os gestores apontam como causa número um, há ainda a falta de crédito, o investimento público e os fundos europeus. Finalmente, a imagem do país lá fora pode influenciar o investimento externo.

13 de Setembro de 2016 às 16:13
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Procura

Está no centro das dificuldades em investir: as perspectivas de vendas são sucessivamente citadas como o principal obstáculo ao investimento das empresas portuguesas. Quase metade dizem que é a principal barreira. Este factor de limitação foi especialmente relevante durante o período do programa de ajustamento, quando se registaram contracções no rendimento disponível das famílias. Se os empresários acharem que não vão vender mais poderão sentir-se menos incentivos a fazer novos investimentos.


Crédito

É outro dos factores mais citados pelos empresários para não investirem. Com empresas pouco capitalizadas, os grupos viram-se para a banca para encontrar financiamento para os seus projectos. O problema é que essa torneira está fechada. Nos primeiros seis meses deste ano, os bancos emprestaram às empresas 15,4 mil milhões de euros. É o valor mais baixo para um primeiro semestre pelo menos desde 2003. Os bancos dizem que não há procura, as empresas notam que as condições dos empréstimos são muito exigentes.


Investimento público

O Governo não pode obrigar os empresários a investir, mas só depende de si próprio para fazer investimento público. No Orçamento do Estado para 2016 estava inscrito um objectivo de crescimento de 12% do investimento que, na realidade, está a cair quase 11%. O PS diz que a culpa é dos fundos estruturais que não chegam, devido às dificuldades de arranque do Portugal 2020. Mas há quem aponte uma intenção em controlar as contas públicas de forma a não violar a meta de défice deste ano.


Explicar lá fora o que se faz cá dentro

A percepção que existe de um país no estrangeiro é um dos elementos-chave para os empresários na hora de decidir onde investem. Além da situação económica e financeira, os empresários têm também em consideração outros aspectos como a paz social e a segurança, por exemplo. É por este motivo que os governos "perdem" algum tempo a explicar lá fora o que fazem cá dentro. Falam com os órgãos de comunicação social mais relevantes, fazem operações de charme a países cujos investidores lhes interessa captar, entre outros aspectos.  


Fundos europeus ajudam, mas sem milagres

Entre 2014 e 2020, espera-se que afluam à economia portuguesa cerca de 25 mil milhões de euros em fundos europeus. Uns a título de empréstimo (sobretudo para as empresas), outros a fundo perdido (maioritariamente para o sector público), para fins tão diversos como a competitividade, a inovação e a internacionalização empresarial, o ensino e qualificação profissional, o ambiente e a requalificação urbana ou a eficiência da Administração Pública. O envelope financeiro não é despiciendo, mas está longe de ser uma poção para as insuficiências estruturais. 

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