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Exportações crescem mais que importações na Zona Euro

Num trimestre em que o comércio dentro da Zona Euro intensificou-se, Portugal destoou do conjunto dos parceiros europeus com um agravamento do défice comercial. Ao contrário do que aconteceu em Portugal, na Zona Euro as exportações cresceram mais do que as importações.

Bloomberg
18 de Maio de 2018 às 11:08
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As exportações dos países da moeda única aumentaram 2,5% no primeiro trimestre, acima do crescimento de 1,4% das importações. Este arranque do ano do comércio internacional na Zona Euro resultou num aumento do excedente comercial, mostram os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira. Em Portugal aconteceu exactamente o contrário.

Nos primeiros três meses do ano, as importações cresceram o dobro das exportações em Portugal. As exportações de bens aumentaram 2,7%, menos de metade do registado pelas importações (6,3%), segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Como resultado, o défice comercial de bens em Portugal agravou-se mais de 300 milhões de euros neste arranque de 2018. 

Essa queda nas exportações em Março ficou a dever-se sobretudo à descida de 19,3% nas vendas para países fora da União Europeia, com destaque para os EUA e Angola. Os números do Eurostat mostram isso mesmo: as exportações extra-UE de Portugal retraíram-se, ao contrário do que aconteceu com os seus pares europeus.
 
No seu conjunto, tanto a Zona Euro como a União Europeia conseguiram melhorar a balança comercial de bens. No caso dos 28 Estados-membros, as exportações extra-UE cresceram 1,5% contra um crescimento de 0,8% das importações, reduzindo assim o défice comercial dos 28 Estados-membros.  

Esta desaceleração das exportações aconteceu num trimestre onde o comércio dentro da Zona Euro cresceu 4,1%, face ao primeiro trimestre do ano passado. Isto tem particular importância porque os principais destinos das exportações portuguesas estão na Europa, nomeadamente Espanha, França ou Alemanha. As exportações português para países da União Europeia mantiveram a trajectória positiva, mas não foi suficiente para compensar a queda no comércio extra-UE.

Este travão do comércio em Portugal fez-se sentir também no PIB do primeiro trimestre. De acordo com os dados do INE, o contributo da procura externa líquida (exportações descontadas de importações) foi negativo e levou a economia a desacelerar para 2,1%. Esse efeito foi também assumido pelo Ministério das Finanças.

Contudo, podem não haver motivos para preocupações uma vez que existem factores sazonais que influenciam estes resultados. No destaque sobre o comércio internacional de bens, o INE assumia que os valores "reflectem, em parte, efeitos de calendário, dado que Março de 2018 teve menos dois dias úteis do que Março de 2017".

O gabinete de Mário Centeno prevê que esse efeito seja corrigido em breve: "Os dados preliminares do comércio extra-União Europeia para o mês de Abril indiciam uma forte correcção deste efeito", adiantaram as Finanças, referindo que "Abril foi o mês com o maior volume de exportações de sempre do comércio internacional para fora da União Europeia".
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