Notícia
Exportações caíram 10,2% em 2020 mas importações recuaram ainda mais
No ano passado, com a pandemia de covid-19, as vendas de bens ao exterior encolheram 10,2%. Já as compras lá fora diminuíram 15,2%.
As exportações de bens caíram 10,2% em 2020, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Já as compras ao exterior registaram uma queda ainda mais acentuada, de 15,2%. Como consequência, o défice da balança de bens reduziu-se em mais de seis mil milhões de euros.
O ano passado ficou marcado pela pandemia de covid-19, que atirou a economia portuguesa e os seus principais parceiros comerciais para a recessão. Há mais de uma década que as exportações anuais de Portugal não caíam: "Desde 2009 que as exportações de bens não apresentavam uma variação homóloga negativa", sublinha o INE.
Os números mostram que as exportações recuaram para 53,8 mil milhões de euros, um valor aquém do que se conseguiu em 2017. O mesmo aconteceu com as importações, que se ficaram pelos 67,8 mil milhões de euros, um valor abaixo do verificado três anos antes. O défice comercial caiu 6.024 milhões de euros, para 14.051 milhões, tendo a taxa de cobertura melhorado para 79,3%.
A categoria que apresentou o maior decréscimo anual tanto das vendas, como das compras lá fora foi a de combustíveis e lubrificantes. O INE dá conta de um recuo de 32,1% das exportações destes bens e de 35,6% das importações. Porém, estes dados não estão corrigidos do efeito da variação dos preços.
O INE explica que a evolução dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais "contribuiu significativamente para esta diminuição, nomeadamente a cotação do petróleo bruto (brent), cujo preço médio anual, em euros, diminuiu 36,3% em 2020", lê-se no boletim do organismo de estatísticas.
Mas este não foi o único motivo. Também a pandemia ditou a queda destas trocas comerciais. O INE salienta "a mudança nas condições dos mercados nacional e internacional que levaram à suspensão da produção nas refinarias e à diminuição do consumo energético (...) devido à diminuição no transporte de passageiros e mercadorias, decorrente do impacto da pandemia COVID-19."
O consumo final de eletricidade caiu 4%, o gás natural recuou 11% e o consumo de derivados de petróleo encolheu 15% face a 2019.
Comércio internacional fechou o ano no vermelho
Olhando para o final do ano passado, verifica-se que tanto as exportações como as importações fecharam o ano em território negativo, apesar do alívio verificado na pandemia e na atividade económica nos meses do verão.
Do lado das exportações, houve uma recuperação a partir de junho. Depois, entre setembro e novembro as vendas ao exterior estagnaram, quando comparadas com os meses respetivos de 2019. Mas em dezembro, com o acentuar dos contágios por toda a Europa, voltaram a afundar.
Do lado das compras o cenário foi sempre mais negativo, mas com um perfil progressivo de melhoria. Desde junho que a tendência foi sempre de redução das quebras homólogas mensais das importações. Ao contrário do que aconteceu com as exportações, em dezembro essa melhoria manteve-se nas compras lá fora, embora não tenha sido o suficiente para sair do vermelho.
Assim, no quarto trimestre de 2020 as exportações encolheram 3,2% e as importações recuaram 10,2%.
(Notícia atualizada às 11:58 com mais informação)
O ano passado ficou marcado pela pandemia de covid-19, que atirou a economia portuguesa e os seus principais parceiros comerciais para a recessão. Há mais de uma década que as exportações anuais de Portugal não caíam: "Desde 2009 que as exportações de bens não apresentavam uma variação homóloga negativa", sublinha o INE.
A categoria que apresentou o maior decréscimo anual tanto das vendas, como das compras lá fora foi a de combustíveis e lubrificantes. O INE dá conta de um recuo de 32,1% das exportações destes bens e de 35,6% das importações. Porém, estes dados não estão corrigidos do efeito da variação dos preços.
O INE explica que a evolução dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais "contribuiu significativamente para esta diminuição, nomeadamente a cotação do petróleo bruto (brent), cujo preço médio anual, em euros, diminuiu 36,3% em 2020", lê-se no boletim do organismo de estatísticas.
Mas este não foi o único motivo. Também a pandemia ditou a queda destas trocas comerciais. O INE salienta "a mudança nas condições dos mercados nacional e internacional que levaram à suspensão da produção nas refinarias e à diminuição do consumo energético (...) devido à diminuição no transporte de passageiros e mercadorias, decorrente do impacto da pandemia COVID-19."
O consumo final de eletricidade caiu 4%, o gás natural recuou 11% e o consumo de derivados de petróleo encolheu 15% face a 2019.
Comércio internacional fechou o ano no vermelho
Olhando para o final do ano passado, verifica-se que tanto as exportações como as importações fecharam o ano em território negativo, apesar do alívio verificado na pandemia e na atividade económica nos meses do verão.
Do lado das exportações, houve uma recuperação a partir de junho. Depois, entre setembro e novembro as vendas ao exterior estagnaram, quando comparadas com os meses respetivos de 2019. Mas em dezembro, com o acentuar dos contágios por toda a Europa, voltaram a afundar.
Do lado das compras o cenário foi sempre mais negativo, mas com um perfil progressivo de melhoria. Desde junho que a tendência foi sempre de redução das quebras homólogas mensais das importações. Ao contrário do que aconteceu com as exportações, em dezembro essa melhoria manteve-se nas compras lá fora, embora não tenha sido o suficiente para sair do vermelho.
Assim, no quarto trimestre de 2020 as exportações encolheram 3,2% e as importações recuaram 10,2%.
(Notícia atualizada às 11:58 com mais informação)