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Excedente externo encolhe 65% até novembro com deterioração da balança comercial
O défice da balança que mede a diferença entre exportações e importações de mercadorias aumentou 1.622 milhões de euros face ao período homólogo.
Portugal vai em 2019 cumprir o oitavo ano consecutivo de contas externas com saldo positivo, mas este é agora bem inferior ao registado nos anos anteriores.
De acordo com os dados publicados pelo Banco de Portugal, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em 1.209 milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2019, o que compara com 3.415 milhões de euros entre janeiro e novembro de 2018.
A evolução traduz uma descida de 65%, com o excedente externo agora a representar pouco mais de um terço do valor apurado no mesmo período de 2018.
"Para a redução do saldo contribuíram todas as componentes, à exceção da balança de rendimento primário", refere o Banco de Portugal.
É na balança de bens que se continua a assistir a uma maior deterioração. O défice da balança que mede a diferença entre exportações e importações de mercadorias aumentou 1.622 milhões de euros face ao homólogo.
Já o excedente da balança de serviços, apesar de o turismo continuar com uma evolução positiva, diminuiu 507 milhões de euros.
Na balança de bens, o défice aumentou para 15,4 mil milhões de euros, anulando assim o excedente registado na balança de serviços, que é também de 15,4 mil milhões de euros.
As exportações de bens e serviços cresceram 3,1% nos primeiros 11 meses do ano passado, o que representa um ritmo inferior ao aumento das importações (+5,8%).
No que diz respeito à balança de rendimento primário, o défice desceu 311 milhões de euros, devido sobretudo à "redução dos juros pagos a entidades não residentes".
Em 2010 Portugal tinha um défice das contas externas superior a 15 mil milhões de euros. Depois do pedido de assistência externa, passou a saldo positivo em 2012. O valor mais elevado foi atingido em 2013, em torno dos 5 mil milhões de euros. A menos que em dezembro se tenha registado uma deterioração abrupta, 2019 será o oitavo ano seguido de excedente nas contas externas.