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Exportações travam em 2019 e importações crescem mais. Défice comercial engorda 2,8 mil milhões

Tal como em 2018, as exportações de bens cresceram menos do que as importações de bens em 2019. Assim, o défice comercial de bens engordou 16%, somando mais 2,8 mil milhões de euros.

Paulo Duarte
07 de Fevereiro de 2020 às 11:02
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As exportações de bens aumentaram 3,6% em 2019, travando face ao ano anterior. As importações de bens aumentaram a um ritmo superior (+6,6%), engordando o défice comercial em 2,8 mil milhões de euros. Os dados foram publicados esta sexta-feira, 7 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes dados publicados pelo INE não são deflacionados, ou seja, não têm em conta a variação de preços. Além disso, não estão incluídas as exportações ou importações de serviços, componente onde se encontra o turismo.

O crescimento de 3,6% das exportações representa uma desaceleração face aos 5,3% registados no ano passado, o que por sua vez já representava uma travagem face à subida de 10% das vendas ao exterior em 2017, como mostra o gráfico. Já as importações também travaram, mas estão há quatro anos consecutivos a crescer a um ritmo superior.

O que resulta desta evolução das exportações e importações é o aumento do défice comercial de bens, que está perto de superar o máximo alcançado em 2010 (21.379 milhões de euros). "O défice da balança comercial atingiu 20.399 milhões de euros em 2019, o que representa um aumento de 2.842 milhões de euros face ao ano anterior, refletindo-se num decréscimo da taxa de cobertura de 2,1 p.p. (74,6% em 2019)", escreve o gabinete de estatísticas.

No total, Portugal exportou 59,9 mil milhões de euros em 2019 e importou 80,3 mil milhões de euros, o que se traduz numa taxa de cobertura de 74,6%, a mais baixa desde 2011 (71,9%). 

Na análise que exclui os combustíveis e lubrificantes, uma categoria mais volátil, as conclusões são semelhantes: as exportações (4,5%) cresceram menos do que as importações (7,4%) e o défice da balança comercial aumentou 2,5 mil milhões de euros, atingindo os 14,95 mil milhões de euros. É possível assim dizer que os combustíveis não foram determinantes para o aumento do défice comercial, mas é certo que 25% desse défice resulta do desequilíbrio entre as exportações e importações dos combustíveis.

Para 2020, a expectativa dos empresários é que as exportações continuem a desacelerar para um crescimento de 2,1%.

Exportações cresceram mais do que importações no final do ano
Em dezembro de 2019, as exportações de bens cresceram 5,4% face ao mesmo mês de 2018 enquanto as importações cresceram 1,2%, continuando um desempenho que já tinha sido registado em novembro.

No caso das vendas ao exterior, "destaca-se nas exportações o acréscimo dos Combustíveis e lubrificantes (+38,5%) e o decréscimo dos Automóveis para transporte de passageiros (-26,2%)", refere o INE, o que mostra o impacto dos combustíveis. Excluindo essa componente, as exportações cresceram 2,8% e as importações 0,9%. 

A diminuição das exportações de automóveis deve-se à base de comparação dada a "elevada exportação registada em dezembro de 2018, após o desbloqueio da saída destes bens do porto de Setúbal".

De qualquer forma, esta evolução permitiu que em dezembro o défice comercial de bens fosse inferior ao do ano anterior.

Quanto ao quarto trimestre, de outubro a dezembro, as exportações aumentaram 7,5% e as importações 3%, o que contraria a tendência anual de as exportações terem crescido menos do que as importações. 

(Notícia atualizada às 11h32 com mais informação)
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