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Têxtil encolhe exportações pela primeira vez em dez anos

A indústria falha o objetivo de ter uma década de crescimento nas vendas no estrangeiro, que já não caíam desde 2009. Penalizada pelas quebras em Espanha e na Alemanha, a balança do setor desequilibra-se com a roupa importada.

A principal associação do têxtil e vestuário passou a ser liderada por Mário Jorge Machado em agosto de 2019. Amândia Queirós
07 de Fevereiro de 2020 às 15:32
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Depois de nove anos consecutivos a crescer, até atingir um novo máximo de vendas ao exterior, as exportações da indústria portuguesa do têxtil e do vestuário encolheram 1% em 2019, totalizando 5.259 milhões de euros.

 

Esta quebra no comércio internacional faz com que o setor falhe a meta de registar uma década de crescimentos consecutivos fora de portas. A "culpa" é da redução de 1,9% do negócio nos países da União Europeia, já que no espaço extracomunitário até evoluiu 3,3%.

 

De acordo com os dados do INE, compilados pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), que em agosto de 2019 passou a ser comandada por Mário Jorge Machado, líder da Estamparia Adalberto, as maiores perdas aconteceram em Espanha (-4,3%) e na Alemanha (-3%), que compraram menos 87 milhões de euros. Com o fecho do ano confirmou-se que sete dos dez maiores clientes reduziram as compras a Portugal.

 

Em termos de categorias, o vestuário em malha teve o maior tropeção (-2,3%, equivalente a 50 milhões de euros). No vermelho, face ao período homólogo, ficaram também os outros artigos têxteis confecionados, que incluem as roupas de cama e de mesa (-2,8%, 19 milhões) e as matérias-primas de algodão (-7%, 12 milhões de euros).

 

Apesar de continuar a ter um saldo positivo, com uma taxa de cobertura de 118%, a balança comercial do têxtil e vestuário está agora numa fase de maior desequilíbrio, já que as importações dispararam 3,6%, para 4.476 milhões de euros em 2019, puxadas pelo vestuário, que vale mais de metade dos artigos comprados no estrangeiro.

 

No âmbito do plano estratégico para 2025 em que aponta à liderança mundial em "produtos de nicho e de alta gama", divulgado em dezembro, a associação patronal que perdeu a "voz" para a AEP no início deste ano desenhou um cenário em que prevê o aumento das exportações para seis mil milhões de euros e admite também a perda de 2 mil empresas e 28 mil empregos nos próximos cinco anos.

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